domingo, 6 de novembro de 2011

God Bless Ozzy Osbourne: Deus abençoe Ozzy Osbourne!

O que um documentário poderia trazer de novo sobre a vida de Ozzy? Sim, porque você é um fã inveterado do maior ícone do heavy metal e já consumiu muita informação sobre a carreira dele: Sabbath, quantidades industriais de drogas e álcool, carreira solo, carreiras de formigas cheiradas, cabeças de pombo e de morcego arrancadas a dentadas, etc, etc. No entanto, o grande mérito de God Bless Ozzy Osbourne é nos apresentar a John Michael Osbourne, o homem, não o mito, por mais clichê que isso possa parecer.

O documentário compila imagens e depoimentos inéditos sobre os fatos mais marcantes da carreira de Ozzy, conhecidos até por quem não gosta de metal e que lhe trouxeram muito de sua fama. A parte sobre Randy Rhoads é realmente tocante e você terá uma surpresa no trecho sobre o famoso episódio da pomba.

Porém a obra abrange não só a trajetória profissional, mas também a vida pessoal de Ozzy. Não me lembro de ter visto em lugar nenhum informações sobre a família que ele tentou formar com a primeira esposa e falhou, principalmente por causa dos vícios. Esse ponto da trajetória dele sempre me pareceu obscuro demais... até agora. Os depoimentos dados por Louis e Jessica, os filhos do primeiro casamento, são contundentes.

Apesar do filho Jack Osbourne ser um dos produtores do documentário, não há clima de “biografia autorizada”. O “Príncipe das Trevas" tem sua vida devassada diante do espectador, sem qualquer pudor ou retoque. Momentos felizes ou engraçados são mostrados com o mesmo destaque dos momentos tristes, delicados e violentos. Ozzy não teve nenhum medo de se mostrar como realmente é. Nenhum defeito foi camuflado ou escondido. Especialmente todos os problemas causados a ele próprio e aos familiares pelos vícios.

E é justamente sua redenção das drogas e do álcool um dos trechos mais emocionantes do documentário. É o suprassumo do Celebrity Rehab, o que nos mostra que, não à toa, o cara realmente pode autointitular-se o "maior sobrevivente do rock and roll", chegando ao ponto de hoje ter até uma coluna com dicas de saúde no The Sunday Times de Londres (embora ele mesmo admita que quem siga seus conselhos deva ser mandado a um hospício imediatamente).

Enfim, eu saí do cinema feliz, pois Mr. John Michael Osbourne está sóbrio, saudável e pronto para continuar alegrando nossas vidas, encarando quaisquer projetos a que venha se dedicar (incluindo aí uma reunião da formação original do Black Sabbath; não custa sonhar). God Bless Ozzy Osbourne é um retrato fiel da vida de um dos seres humanos mais legais do mundo. Não tinha como não ser imperdível.

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