O último dia do SWU 2011, que aconteceu em Paulínia, interior de São Paulo, entre os dias 12 a 14 deste mês, evidencia a capacidade de regeneração de dois ídolos da música pesada. Dois ex-viciados em heroína, Phil Anselmo e David Mustaine - líderes dos grupos estadunidenses de heavy metal Pantera, já extinto, e Megadeth, na ativa desde 1983 - foram as atrações principais.
O primeiro, que se mostrou hostil ao socar o microfone em sua testa, deu o recado logo no início da tarde de ontem. Quando subiu ao palco, Anselmo foi ovacionado e liderou seus fãs em uma homenagem a sua extinta banda - na verdade, ele cantou apenas algumas partes de uma música, mas o clima e os gritos dos fãs faziam crer que ecoar o passado fosse a principal força no seu show. Coisa que ele, há 15 anos, sequer imaginaria, quando foi dado como morto após sofrer uma overdose.
Embora já tenha vivido seus melhores dias, quando ainda podia abusar das drogas ilícitas, queira ou não quando lançava seus melhores álbuns, o ex-vocalista do Pantera foi uma atração a parte. Era muito mais esperado que sua atual banda, o Down, e fez jus a quem foi para o ver se apresentar. Para essa ocasião, a banda decidiu tocar seu primeiro disco, o clássico “Nola”, na íntegra, além de dar uma palhinha da música "Walk", do Pantera, como citado.
David Mustaine, guitarrista, vocalista e líder, por outro lado, não se mostrou nada hostil. Pelo contrário, foi o mais atencioso e educado entre todas os frontmans do último dia do circuito de rock em Paulínia. Subiu e desceu do palco agradecendo a multidão de cerca de 70.000 pessoas que gritavam seu nome.
Neste ano, o Megadeth lançou seu 13º álbum e o disco dá a tônica da regeneração acontecida por ele, que se acentuou após um curto período e hiatus da banda, entre os anos de 2002 e 2004. Mesmo divulgando o lançamento, o set list da banda foi calcado nos clássicos como "Wake up Dead", "Hangar 18", "Symphony of Destruction", "Peace Sells" e "A Tout le Monde".
Em seus 28 anos de estrada, o Megadeth tem um número curioso: ao todo 20 músicos já tocaram junto com Mustaine, único presente em todas as formações. Fato que não impediu a banda de lançar diversos álbuns premiados com discos de ouro e platina, com diversas indicações ao Grammy.
Os dois são ídolos inquestionáveis no que tange à música pesada e como tal dão ao mundo uma lição de como a desintoxicação pode fazer com que se alcance novos vôos na carreira musical e no lado pessoal. Fato que se faz cada vez mais presente no cotidiano. O dia foi dos regenerados.
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