Virada Cultural 2012: Infraestrutura, erros e acertos

Eventos de grande porte como a Virada Cultural, que este ano atraiu um público estimado em 4 milhões de pessoas, segundo a organização, sempre apresentarão algum tipo de problema. É impossível que absolutamente tudo corra bem quando se juntam tantas pessoas, sem controle de entrada - como revista - nem limitação de vendas de bebidas alcoólicas.

A edição 2012 da Virada Cultural - evento que apresenta 24 horas ininterruptas de atrações culturais espalhadas por toda a cidade de São Paulo, mas que tem sua maior parte acontecendo no centro da capital - registrou ocorrências diversas, detenções e duas mortes: uma, vítima de um disparo da polícia, e outra, por overdose. Esta, de uma garota de apenas 17 anos, que escolheu a maneira errada de se divertir.

Garrafas de uíque falsificadas apreendidas pela polícia.

As bebidas alcoólicas, aliás, têm sua venda proibida durante o evento. Mas ambulantes não estão nem aí para Leis e era possível comprar cerveja, pinga e o 'famoso' vinho da Virada Cultural - um álcool Zulu qualquer, misturado com corante.

Até um drink 'sofisticado' era vendido em meio ao público durante os shows, a poucos metros da polícia. Uma bandeja guarnecida de copos de plástico com gelo era acompanhada de latas de energético e uma garrafa de uísque - ou o que quer que fosse aquele líquido cor de âmbar. O vendedor oferecia 'shots' da mistura.

A infraestrutura do evento, comparada ao ano passado, teve seus pontos positivos. os banheiros químicos espalhados em diversos pontos - e não concentrados em apenas alguns - facilitaram sua utilização pelo público, que não precisava andar tanto para encontrar uma cabine. É claro que isso não impede os marmanjos de urinarem na rua, infelizmente. Os caminhões de manutenção dos banheiros químicos, que aspiram os dejetos, foram vistos durante o domingo, fazendo seu trabalho e deixando as cabines utilizáveis.

O lixo, sempre um problema na Virada Cultural, não causou tanto transtorno em 2012. Havia 7 mil cestos de lixo por todo o centro - 3 mil a mais do que no ano passado - e a equipe de limpeza rapidamente recolheu o que foi jogado ao chão de modo que às 10h00 do domingo as ruas estavam razoavelmente limpas. Razoavelmente, pois é impossível remover o cheiro de urina de locais como a Praça da Sé ou a escadaria ao lado do Viaduto do Chá, que dá acesso ao Vale do Anhangabaú.

Outra melhoria desta edição da Virada Cultural foi a sinalização. Ainda que possa não ter sido suficiente, estava melhor do que nas edições anteriores. Houve distribuição do programa na noite de sábado, mas não no domingo, infelizmente. Por outro lado, Totens de localização estavam espalhados por diversos pontos, com a programação, o mapa e setas indicando para que lado ficava cada palco.