Metal com Bolacha: Obrigado por conceder essa entrevista...
Gus Monsanto: O prazer é todo meu!!! É sempre um prazer falar com quem curte o meu trabalho ou apresentá-lo pra quem ainda não o conhece.
Metal com Bolacha: Gostaria que você se apresentasse para a galera te conhecer melhor.
Gus Monsanto: Meu nome é Gus Monsanto, sou um vocalista brasileiro que tem alguns trabalhos lançados dentro e fora do Brasil.
Metal com Bolacha: Você não começou sua carreira cantando e sim tocando guitarra, o que fez com que você trocasse as cordas pelo microfone?
Gus Monsanto: Eu compunha e não achava um vocalista que preenchesse todos os requisitos que eu buscava. Tendo dito isso, eu também tive que trabalhar muitos anos até chegar num nível razoável. Cantar é uma longa jornada, uma busca pessoal mesmo. Mas, ainda adoro tocar guitarra, uso hoje basicamente como uma ferramenta para compor.
Metal com Bolacha: Você passou por diversas bandas nacionais e internacionais, como foram essas bandas? O que você foi aprendeu com elas?
Gus Monsanto: Passei por algumas. Gravei dois discos com o Adagio, da França, dois discos com o Revolution Renaissance - banda fundada pelo Timo Tolkki (Stratovarius), substitui o Jeff Scott Soto no Takara, toquei com uma banda cover grande na França chamada Cocktail de Nuit, com quem cerca de 300 shows na Europa. Gravei o disco “Perspectives”, que saiu semana passada da banda chamada Lord of Mushrooms, que na minha modesta opinião, é um dos grandes discos do estilo prog metal. Isso foi um breve apanhado, mas o principal com isso tudo é dizer que aprendi a ser mais profissional, tendo oportunidades de tocar em melhores condições e com uma estrutura mais bacana do que se tem acesso normalmente em nosso país.
Metal com Bolacha: Por volta de 2004 você foi convidado para tocar na banda francesa Adagio, como você se sentiu com esse convite?
Gus Monsanto: Num momento muito especial da minha vida, minha entrada no Adagio se deu de uma maneira realmente inesperada. Eu tinha acabado de terminar um trabalho de dois anos com uma banda chamada Astra, que não atingiu a repercussão esperada por problemas internos e problemas com a gravadora, e isso realmente me afetou imensamente, a ponto de me fazer repensar o desejo de continuar a fazer música ou tomar outro rumo profissional na vida. E quando o meu amigo Gilberto, do Ytse Jam BR, do fã clube do Dream Theater, viu o anúncio do Adagio que havia se separado do David Readman e me encaminhou. Num primeiro instante, pensei em se tratar de uma armação, “ah, essas coisas da internet, figurinhas marcadas, eu sou brasileiro, etc, tudo é difícil”. Mas, mandei duas fotos, release e dois MP3 do meu trabalho anterior. Permaneci conectado e quinze minutos depois, tive uma resposta do management da banda, afirmando ter gostado do material, mas como ele é diferente do som que o Adagio faz gostariam de me ouvir cantando o material da banda. Mandaram duas músicas do disco anterior a minha entrada, “Underworld”, eu as aprendi em um dia, as gravei no dia seguinte e mandei os MP3 na hora em que cheguei do estúdio, indo para cama em seguida. Quando acordei, devido ao fuso-horário diferente entre Brasil e França, ja havia na minha caixa de e-mails o convite para me integrar à banda. Vinte dias depois, estava de malas prontas para a França e outros vinte dias depois, estava em Atlanta, nos Estados Unidos, me apresentando no Prog Power, um dos maiores festivais de heavy metal do mundo, com bandas como Edguy, Pain of Salvation e Savatage.
Metal com Bolacha: Mesmo depois de ter saído do Adagio, você ainda fez alguma participação em um CD deles, como aconteceu esse convite?
Gus Monsanto: Na verdade, acima eu disse que participei de dois discos do Adagio. O primeiro é “Dominate”, que saiu no fim de 2005. Eu gravei 6 das 9 músicas que estão na versão final do “Archangels in Black”, o disco seguinte da banda. Na verdade, depois de 4 anos quase, o clima na banda não era bom e nos separamos antes da conclusão do disco. Fui substituído por Christian Palin, que simplesmente teve que copiar as minhas gravações. No final das contas, minha voz foi usada em vários momentos do produto final e eu fui creditado.
Metal com Bolacha: Depois de passar por mais algumas bandas você foi convidado pelo Timo Tolkki para cantar na banda dele, o Revolution Renaissance, como foi criado esse contato?
Gus Monsanto: Dois dias depois de ter saído do Adagio, estava acertando todos os detalhes para ir para a Califórnia fazer o disco “Invitation to Forever”, do Takara e fui contatado pelo Timo. Fui escolhido entre 400 cantores e passei dois anos e meio trabalhando com ele.
Metal com Bolacha: Depois de 2cd´s maravilhosos a banda acabou, qual o motivo? Saiu na internet que o Timo não tinha criado os riffs de guitarra e isso gerou descontentamento geral da banda, é verdade isso?
Gus Monsanto: Essa historia é muito polêmica. O Timo é um grande compositor e músico que criou muita coisa importante na história do metal. Mas, nos últimos anos, apesar de compor bastante, ele perdeu o foco da guitarra e o seu público sempre esperou encontrar um “guitar hero” nos seus trabalhos. Os discos do Revolution Renaissance foram produzidos por Santtu Lehtiniemi, um super engenheiro de som que é um “guitar hero” desconhecido! Ele foi quem gravou todos os solos em ambos os discos da banda. Isso era guardado em segredo até da própria banda.
Metal com Bolacha: Encontrei um blog, o http://gusmonsanto.blogspot.com/ onde possui varias fotos suas com o Timo, como era a relação de vocês? Pois parecia que vocês se davam muito bem.
Gus Monsanto: Nossa, tem anos que eu não mexo no blog, mas eu comecei a fazê-lo para registrar um pouco das minhas viagens e andanças e vida. Uma hora dessas vou retomar a empreitada, rsrsrsrs... Eu e o Timo nos demos bem por muito tempo e as diferenças foram basicamente entre a minha calculadora e a dele, rsrsrsrsrs
Metal com Bolacha: Quais seus projetos em relação ha alguma banda atualmente?
Gus Monsanto: Tenho feito alguns trabalhos novos, além do Lord of Mushrooms, que hoje é o meu preferido dentro de toda a minha obra, acabei de gravar um disco de uma banda super pesada e moderna chamada Symbolica. Aliás, o Lord of Mushrooms e o Symbolica são bastante diferentes de meus trabalhos anteriores e fico muito feliz em poder não me repetir na música. Trabalho também com uma banda de hard rock chamada Gunpoint, que é bem de acordo com as minhas raízes e conta com um timaço. O EP que fizemos está disponível para download em reverbnation.com/gunpointband
Metal com Bolacha: Vi um programa no Youtube, a Tv Cifras, uma matéria muito interessante que você fez sobre o NAMM. Como foi participar desse evento?
Gus Monsanto: Tenho feito alguns trabalhos com o Cifras.com.br. São pessoas muito legais e a empresa fica na cidade onde moro, o que facilita as coisas. A NAMM é a maior feira de chocolates do Willy Wonka. Um sonho, grandes ídolos da música, muita gente inspirada e adoraria voltar!
Metal com Bolacha: Quais os próximos passos para sua carreira?
Gus Monsanto: Viver um dia por vez.
Metal com Bolacha: Você tem algum site? Onde conseguir seus produtos?
Gus Monsanto: Boa pergunta. Cada um dos meus discos foi lançado por gravadoras diferentes, então é um super garimpo. Tenho um myspace.com/gusmonsanto2. Lá tem alguns sons e vídeos, mas preciso de um site novo, rsrsrsrs. Alguém se habilita???
Metal com Bolacha: Agradeço por essa entrevista, deixe uma mensagem para os leitores do Metal com Bolacha.
Gus Monsanto: Tudo de bom. Valeu por me lerem e rock na veia!
0 COMENTE AQUI:
Postar um comentário