Por MICK WALL
Eu estava conversando com o Francis, do Status Quo, um dia desses, perguntando como ele se sente em cair na estrada de novo pela que deve ser a milionésima vez. Francis é notoriamente difícil de arrancar de casa seja lá pro que for. Ele tem tudo que ele precisa lá, esposa, muitos filhos, cachorros, e um pequeno pássaro que ele resgatou quando ainda era um filhote e agora voa com ele para o jardim e então pousa em sua mão e deixa que Francis o alimente.
Depois de uma vida de músicas e álbuns de sucesso ao redor do mundo todo, Francis também está muito rico. Então por que ele ainda sai em turnê?
Ele olhou pra mim com uma cara engraçada e suspirou. “Eu não seu a resposta pra essa pergunta. Tudo que eu sei é que depois de todo esse tempo nós demos um jeito de fazer as coisas tão confortáveis quanto possível.”
Ele falou sobre o recém-confeccionado ônibus de turnê do Quo.
“Nas antigas, os ônibus de turnê eram bem funcionais: camas suficientes para uma banda de cinco membros e um empresário dormirem, um microondas, algumas latas de cerveja e um vaso sanitário portátil. Hoje em dia você está falando de algo mais luxuoso do que um quarto de hotel! O que nós temos agora é um veículo de dois andares, muito maior e mais largo do que os antigos, com todos os acessórios opcionais desenhados por mim e Rick [Parfitt]. Há uma grande área nos fundos só pra mim e a mesma coisa para Rick na frente. A minha é como uma suíte de dois quartos com uma sala.
“Na verdade parece que você tem espaço, não como se você estivesse mesmo num ônibus. Eu tenho todos meus confortos: duas guitarras – elétrica e acústica – além de meu próprio estúdio portátil, TV, laptop, iPod, livros, DVDs, o que você pensar. Tudo com ar-condicionado e eu tenho até meu próprio chuveiro. É tão luxuoso que se fosse depender de nós, nós nem sairíamos do ônibus de dentro dele! Na verdade, a última vez que tivemos uns dias de folga em meio a uma turnê, Rick ficou no ônibus. Nós chamamos a ala dele de a sala do cuco, porque ele só põe a cabeça pra fora em certas horas, como quando temos que subir no palco.
“O perigo é que é bom demais. Chegou ao ponto onde nós preferimos o ônibus a ficar em hotéis. Nós vemos isso dessa forma. O Status Quo faz um mínimo de 125 shows por ano, todo ano. Ficando em hotéis, são pelo menos 125 vezes que você tem que fazer e desfazer as malas. Tendo um ônibus como esse, nós não temos que ficar tanto tempo em hotéis. Nós nem gostamos de voar até outros países agora se pudermos, nós preferimos pegar o ônibus.
“Ele se tornou uma extensão da casa. Algumas vezes eu acho que é até melhor. Você não acorda em casa e se vê estacionado à beira de um córrego nas montanhas numa floresta sueca, o que fizemos outro dia. Rick e eu pegamos as varas de pesca e foi uma bela maneira de se começar o dia. Falando sério, estar no ônibus é a maior diversão que eu tenho durante as turnês hoje em dia. Isso e estar no palco, claro…”
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