Em um universo paralelo, Thomas Edison nunca inventou o fonógrafo. Nós criamos lasers, computadores, e áudio em MIDI primeiro. Daí, e somente daí, alguém pensou em colocar sulcos em um disco e girá-lo em seu próprio eixo, lendo trincheiras para fazer música.
Essa é a idéia básica por trás das SOUNDMACHINES. Criadas pela The Product para, de tudo no mundo, um evento da [montadora] Volkswagen, são essencialmente um toca-discos laser gigante de três módulos. Mas ao invés de tocar discos – um meio que só pode ser tocado de uma maneira – ela algo com bem menos informação que pode ser lido de bilhões de maneiras.
Os lasers interpretam as cores, texturas e cortes de cada disco como entradas para processamento em MIDI, o que significa que blips de informação se tornam batidas e notas, e texturas físicas se tornam texturas de áudio. Desse modo, o ouvinte recebe uma sinfonia digital da mais simples das formas analógicas, e qualquer forma pode soar diferente com o menor ajuste ao software.
Mas enquanto as Soundmachines são um projeto interessante por si próprio, seria curioso ver até onde essa música desenhada por objetos pode ir. Se um laser pode ler a textura de um pedaço de plástico, não há razão para que ele não pudesse ler a textura de tijolos de um prédio, o concreto de uma calçada ou mesmo a pele no rosto de uma pessoa. Se rugas contam a história de alguém para seus olhos, o que elas diriam a nossos ouvidos?
Poderia um molde de nossos rostos entrar num desses discos? Você poderia ir a uma festa na qual todos nós tiramos um molde de nossas caras em gesso e ter que adivinhar qual música foi solicitada por qual convidado? Com certeza.
Claro, essa talvez seja a variedade de idéia que cabe melhor naquele universo paralelo.
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