Mais uma vez na quarta semana de Janeiro zarpou o festival itinerante mais Heavy Metal do planeta – o 70,000 Tons of Metal.
Lançado aos mares pela primeira vez em 2011, as únicas mudanças efetivas para a edição 2012 foi o destino – desta indo parar nas Ilhas Cayman – e as bandas que tocaram, todas inéditas neste festival. O espírito de companheirismo foi exatamente o mesmo, mas dessa vez com rostos conhecidos dos que repetiram a viagem e algumas amizades que perdurarão por bastante tempo. Tivemos também uma boa quantidade de viajantes Brasileiros, e a grande variedade de povos de todo planeta.
Foram novamente 40 bandas e mais 2 de brinde, tendo como principais destaques Nightwish em sua formação atual com a vocalista Anete Olson e os mestres do black metal Venom, contando com Chronos, Abaddon e Blasrts. Vendo os headliners já foi possível ter uma idéia das bandas que se apresentaram.
Para o Rock Express o festival começou antes mesmo de sairmos do Brasil. Logo após o show da banda Eluveitie aqui em São Paulo ainda no aeroporto de Guarulhos e poucos dias antes do embarque no festival, o vocalista da banda comentou estar muito empolgado com o formato do festival e espera poder se divertir bastante à bordo. Ele também confessou ter certo medo de voar, e me perguntou se podia confiar na Avianca. Se tivesse me perguntado após as aventuras que tive na volta, certamente a resposta seria “não”.
Outro também que conversou com o Rock Express após o festival foi o Fabio Lione, vocalista convidado da banda Kamelot. Ele disse ter gostado muito do que viu, e espera poder voltar em outra oportunidade. Ele também falou sobre sua situação com o Rhapsody of Fire, e disse que a separação da banda foi muito amigável e que as duas bandas irão iniciar seus processos de composição ainda neste ano.
Voltando ao festival uma tarefa árdua é apontar seus pontos fracos e fortes, pois tudo transcorreu muito bem. Todas bandas se apresentaram de forma impecável, de Candlemass à Hammerfall, passando por My Dying Bride, Cannibal Corpse, Dark Funeral, Vicious Rumours, Stratovarius, etc. Mas se houve um show que empolgou muito na minha opinião foi o Therion, que trouxe 4 vocalistas ao palco e fez dois shows incríveis tocando seus maiores clássicos. Se uma palavra descreve bem, foi lindo.
O Edguy com seu falante vocalista Tobias Sammet também trouxe diversos clássicos à bordo e matou a saudade de quem não ouvia músicas antigas à tempo. Apesar de ser uma banda bem conceituada, os membros da banda parecem estar em uma realidade diferente da do resto das pessoas visto que aparentemente desagradaram algumas pessoas pelo papo, arrogância e até assédio ao público durante o show. No último show os que saíam da pista eram alvos de chacotas do Sr. Sammet. Nada muito grave, próximo a um stand-up comedy, mas em geral não é o que as pessoas esperam de um show de Heavy Metal.
Alguns atrasos também marcaram o festival, especificamente o primeiro e o ultimo show no deck da piscina. O primeiro teve problemas com a montagem do palco, sua estrutura muito maior do que do ano passado levou mais tempo que o programado para ser aprontada. Mas não houve problemas maiores, pois o trabalho foi perfeito. O ultimo show foi justamente o contrário, o vento em excesso estava causando uma precoce desmontagem do teto de lona do palco, tendo que ser removido para o ultimo show. Houve também um atraso no desembarque nas ilhas Cayman, mas mais devido à quantidade de navios atracados e a pouca quantidade de “tenders” – balsas que faziam o transporte de pessoas à terra.
Falando mais dos shows, o Hammerfall fez duas apresentações com músicas diferentes e contemplando todos discos. Outro que abriu o baú foi o Stratovarius, com dois shows diferentes e empolgantes no anoitecer do quarto dia, uma sinfonia da penumbra (Twilight Symphony) que encheu o deck da piscina. Nestes dois shows tivemos a participação do grande Jörg Michael que havia de afastado da banda em Setembro do ano passado após uma cirurgia e tratamento para remoção de um cancer.
Os shows do Venom foram eventos à parte. Muita gente mesmo parou o que fazia para assisti-los, por exemplo na minha frente estavam o Oscar e Joacim do Hammerfall com seu conterrâneo Snowy Shaw, vocalista convidado do Therion. Foram 75 minutos inesquecíveis onde até o solo de bateria agradou. Sem palavras. O Cannibal Corpse fez shows sensacionais também, trazendo alegria ao publico Brasileiro ao vestir uma camiseta do Krisiun. Yeah!
Fora os shows, alguns eventos extra também alegraram o público. Primeiramente o clássico Belly Flop Contest, onde ganha quem tirar mais água da piscina em um salto de barriga. O voto é feito pelo publico, e contado dinamicamente pela equipe do navio. Outro evento diário e obrigatório é o Karaoke Night, onde qualquer pessoa pode subir ao palco e cantar um clássico da world music. De vez em quando algum famoso sobe ao palco para o delírio do publico, como o Alexi Laiho do Children of Bodom ao cantar Stayin’ Alive dos Bee Gees. Neste ano houve também uma novidade, onde você podia tocar alguma música com a guitarra do Jeff Waters do Annihilator e banda convidada. Começou um pouco timido, mas aos poucos as pessoas iam chegando, tomavam o microfone ou tiravam os musicos convidados, fazendo uma Jam puramente com membros do cruzeiro. Pena que não haviam teclados para mim.
Durante o cruzeiro, foi também confirmado o festival Bardge to Hell, que terá a mesma estrutura do festival atual, mas apenas com bandas de Metal Extremo. Ainda não há detalhes específicos, apenas que será na primeira semana de Dezembro de 2012.
O site oficial do 70,000 Tons of Metal já da indicios da versão em 2013, mas nenhuma informação extra foi publicada ainda. A única certeza que fica, é que se eles mantiverem a mesma qualidade de ambas edições será a verdadeira “..trip of a lifetime”, como eles mesmos anunciam.
Fotos e mais informações podem ser vistas em
http://www.rockexpress.net.br/2012/03/05/70000-tons-of-metal-edicao-2012/
0 COMENTE AQUI:
Postar um comentário