quarta-feira, 14 de março de 2012

Anthrax: 5 (+3) perguntas para Scott Ian na Playboy

O guitarrista e fundador de uma das bandas de thrash metal mais cultuadas do planeta, que faz show em São Paulo e no festival Metal Open Air, em São Luís do Maranhão, em Abril, fala sobre o Big Four, pôquer online, caipirinhas e a canção que ele nunca se cansa de tocar.



O Anthrax é uma instituição do thrash metal. Fundada em 1981 em Nova York, gravou discos clássicos em sua primeira década, como Among the Living (1987) e State of Euphoria (1988) e ajudou a construir a história do gênero. Passou por altos e baixos nas décadas seguintes, mas desde 2010 reuniu boa parte de sua formação original e voltou a tocar para grandes plateias.

No mesmo ano, fez parte da histórica turnê The Big Four, que reuniu os quatro grandes grupos do gênero, ao lado de Slayer, Metallica e Megadeth. A banda já se apresentou algumas vezes em solo brasileiro, e volta em abril para um único show, dia 27, na casa de shows HSBC Brasil, em São Paulo, ao lado do Misfits e no festival Metal Open Air, em São Luís do Maranhão

Para contar, entre outras coisas, sobre esse show e as memórias das outras vindas ao Brasil, conversamos com o guitarrista, fundador e único membro que nunca deixou a banda, Scott Ian, enquanto ele cuidava do filho de oito meses e meio, que insistia em querer responder algumas das nossas perguntas.

1. Você já esteve no Brasil algumas vezes com o Anthrax, e volta em abril. Quais são as suas lembranças das outras visitas ao país?
Eu lembro de shows insanos. Lembro que da primeira vez que fomos ao Brasil, bebi um monte de caipirinhas, nunca tinha experimentado algo parecido, parecia docinho e fácil de beber, e claro que esse foi um erro [risos]. Depois de beber tantas, não me senti muito bem no dia seguinte. Mas sempre que fomos ao Brasil, os shows foram incríveis.

2. Você lembra quantas caipirinhas bebeu?
Não lembro. E acho que esse foi o problema…

3. Vocês fizeram parte da turnê Big Four ao lado de Megadeth, Metallica e Slayer. Como você se sentiu no backstage ao lado dessas bandas?
Foi ótimo, porque somos amigos há muito tempo. Ali estavam as pessoas que eu conheço há mais tempo nesse meio, o que fazia daquele um lugar bastante confortável. Além disso, ainda tinha o fato de os fãs estarem tão excitados e de saber o quanto os shows iam ser bacanas, enfim, tudo sobre o Big Four foi sensacional.

4. Você é o único integrantes que está no Anthrax desde o começo. Qual foi o momento mais difícil da carreira da banda, aquele que você pensou que o Anthrax estava prestes a acabar?
Eu nunca pensei isso. O que é difícil quando se está numa banda? Dirigir ônibus é difícil, trabalhar na construção civil é difícil. Quando você está numa banda, acho que não existe difícil. Você faz o que tem de fazer e segue em frente, independente se a sua carreira é longa ou curta. Claro, houve épocas em que as plateias diminuíram, mas e daí? Elas ficaram grandes novamente agora. Se você não pode controlar a popularidade do gênero musical, se você não pode controlar se vai ter mais ou menos fãs, por que se preocupar? Eu aprendi há algum tempo a não me preocupar com as coisas sobre as quais não tenho controle.

5. Li que você gosta de jogar pôquer. Quando viaja, tenta achar lugares para jogar? E é um bom jogador?
Não jogo tanto ao vivo. Claro, se estiver em Las Vegas ou algo assim, vou jogar, mas meu lance é jogar online. Agora nos Estados Unidos o governo tornou o pôquer online ilegal, então quando viajo, por exemplo, para o Brasil, fico no meu quarto de hotel jogando online. Não sei como posso responder a pergunta se sou um bom jogador… Posso te garantir que me sinto muito confortável numa mesa de pôquer, sou um jogador confiante e já ganhei dinheiro algumas vezes. O melhor que posso dizer é: eu sei o que estou fazendo.

6. Encontra alguma similaridade entre jogar pôquer e tocar ao vivo no Anthrax?
Não, é bem diferente, pôquer é muito mais difícil. Com o Anthrax, tenho toda a informação que preciso e sei exatamente o que pode acontecer ao meu redor. Na mesa de pôquer, não tenho informação alguma e nunca sei o que está por vir, logo é algo bem mais complicado de lidar.

7. Existem bandas novas que fazem o thrash metal evoluir hoje ou o estilo ainda está muito centrado em bandas clássicas, como vocês?
Não tenho a menor ideia do que está acontecendo com o thrash metal hoje. E mesmo nos anos 1980, eu não prestava atenção para o que está acontecendo no gênero. O Anthrax é uma banda que exige muito de mim, e o que me importa é me preocupar com o Anthrax, se estamos fazendo o que devemos fazer. Não faço ideia do que rola na cena. Quando é que eu vou ver shows? Eu faço shows o tempo todo, bem que gostaria poder ir a shows! Eu sei do Anthrax. Acabamos de fazer duas turnês pelos Estados Unidos e foi o maior público para o qual já tocamos desde o começo dos anos 1990. As coisas estão indo bem para nós, muita gente tem ido aos nossos shows, então posso presumir que as coisas também devem estar indo bem para as outras bandas que tocam thrash metal.

8. Depois te todos esses anos, você tem uma música preferida do Anthrax, aquela que é obrigatória em todos os shows?
“Caught in a Mosh”. Acho que nunca fizemos um show sem ela, desde que a compomos. Posso dizer com certeza que nunca me cansei de tocá-la. Outras canções saíram e entraram dos nossos set lists ao longo dos anos. Você se cansa de uma música, alguns anos depois a traz de volta. Mas “Caught in a Mosh” sempre esteve lá.

*Assista ao vídeo de Caught in a Mosh, ao vivo. Recomendamos especial atenção aos penteados da época áurea do metal. O vídeo é de 1987.

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