segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Segundo Alice Cooper, Slipknot e Manson não assustam mais do que a CNN

Recentemente, o periódico australiano FausterLauder conduziu uma entrevista com o decano do rock ALICE COOPER. Tia Alice falou sobre diversos assuntos e afirmou: Slipknot e Marilyn Manson não chocam mais as pessoas.

Leia a entrevista na íntegra aqui ou confira os principais excertos do artigo logo abaixo:

”A diferença entre o meu ‘approach’ e o desses caras. Eu não acho que você pode chocar a platéia mais. Acho que a platéia pretende ficar chocada. E você não pode fazer isso com CNN aí fora. Quando eu sento aqui e assisto um cara de verdade ter a sua cabeça arrancada, penso ‘bem, isso é certamente mais chocante do que eu tirando a cabeça de alguém no palco’. O rock choca até certo ponto. Você sabe, Slipknot e Marilyn Manson não podem ser mais chocantes do que a CNN. Nós temos sido encobertos pela CNN. O rock chocava nos idos dos anos 70, mas não há nada mais como aquilo. Você podia colocar uma maquiagem e uma cobra a sua volta, cortar a sua cabeça e se intitular Alice Cooper  e todos ficavam mais ou menos assim: ‘nossa, como eles podem fazer isso?’. Isso era demais, podíamos fazer isso, não havia nada no show que fosse... era como uma peça de teatro. Hoje eu faço isso para entreter as pessoas. Agora, quando as pessoas vêem a guilhotina, ‘ohhh, a guilhotina, a guilhotina”, e fazemos isso ficar o mais real possível, e o sangue voa na platéia e as pessoas adoram aquilo naquele momento, sim, isso choca as pessoas mas é sempre acompanhado de um pequeno sorriso.

A diferença entre Alice Cooper e Marilyn Manson é que eu realmente acho que o Marilyn Manson não tem aquele ‘punch line’ e nem o Slipknot. Eles vão lá, ficam agressivos, vão ao topo, são blasfemos em todos os níveis, mas sem aquele ‘punch line’ e essa é a diferença entre mim e eles. A outra diferença diz respeito às músicas. Eu tenho 14 ou 15 hits no rádio e esses caras não e eu sempre enfatizei... sabe, eu nunca falei com o Marilyn Manson  cara-a-cara, mas seria uma conversa interessante porque acho que esse cara é bom no que faz, eu não acredito no que ele faz, certamente em um nível teológico, sendo cristão, você sabe. Eu entendo isso, ele faz o que faz e eu também, mas não acredito no produto que ele representa.

Perguntado como reconcilia seu personagem no palco e seus sentimentos com relação à religião, ele respondeu: “Bem, eu realmente não acho que eles se opõe um ao outro, porque nos últimos quatro ou cinco álbuns eu fiquei completamente contra este movimento satânico. Não contra, mas atento. Eu certamente fico atento contra qualquer apatia em sua vida espiritual. Acho que você precisa encontrar algo em que acredite e é melhor que ache isso rápido. Para mim Alice é como uma revista em quadrinhos. Alice é como o ‘Fantasma da Ópera’. Não vejo diferença nenhuma entre a violência em meu show e a violência de 'Macbeth'. Eu quero dizer, quando você está na escola e tem que ler 'Macbeth', é um livro muito mais sangrento do que eu faço e considerado um clássico. Eu realmente não vejo qualquer oposição lá. Não estou dizendo para as pessoas dormirem com qualquer outra, eu costumava fazer isso, mas não faço mais. Não acredito nisso mais. Acredito na santidade do matrimônio, acredito que o sexo é bem melhor quando você está casado. Então, estou contra muitas coisas que achava que nunca ficaria, mas não fico apontando o dedo e dizendo ‘é nisso que eu acredito’. Muitas das minhas músicas são sobre as pessoas, a hipocrisia das pessoas e isso faz ficar engraçado porque as pessoas são o principal assunto. Elas são a principal fonte de sexo, religião, comédia, tragédia, tudo que escrevo em minhas músicas fala sobre a ironia do ser humano. Quer dizer, eu não estou sentado aqui com uma sopa de letrinhas, mas se você me perguntar, vou lhe dizer no que acredito”.

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