A banda paulista Korzus esteve em Curitiba no dia 06 de novembro para se apresentar ao lado dos expoentes do thrash metal norte-americano, Overkill. O grupo fez um show matador para divulgar o último CD “Discipline of Hate”, que agradou não só o público como também o baterista do grupo americano, Ron Lipnicki, que afirmou ficar surpreso com a qualidade do trabalho dos brasileiros. Antes de se apresentar, o vocalista e fundador do Korzus, Marcello Pompeu, recebeu a revista Curitiba Underground onde estava hospedado. Bem humorado, ele concedeu entrevista para falar do bom momento do Korzus. Pompeu fez questão de recordar a histórica apresentação da banda no Rock in Rio 2011 e revelar que o Korzus já começou a gravar um novo CD.
Recentemente vocês lançaram o CD “Discipline of Hate” e estão em turnê de divulgação. Como você avalia este novo trabalho em comparação aos demais?
Marcello Pompeu: É a seqüência de “Ties of Blood” (álbum de 2004). Não existem tantas diferenças radicais. É uma evolução do trabalho que fazemos. Já estamos compondo um novo disco, que será a evolução de “Discipline of Hate”. Sempre utilizando como referência o Thrash Metal Old School, que é a marca do Korzus. O último álbum nos colocou em um patamar diferenciado, em comparação as outras campanhas. As pessoas classificam como o melhor disco da banda. Eu particularmente gosto de todos. Cada um tem uma história importante.
Qual outro álbum do Korzus você indicaria para um novo fã?
Pompeu: A quem acostumou com o “Discipline of Hate”, indico o “Ties of Blood” e, depois, o “Mass illusion” e o “KZS”.
O Korzus participou do último Rock in Rio, realizado há alguns meses, e teve uma boa resposta do público e da crítica. Você já conseguiu perceber um impulso diferente para a carreira da banda?
Pompeu: Já. É o maior festival de música do planeta. Fizemos parte desta história. O Rock in Rio é um acontecimento importante dentro da música brasileira e mundial. Tem o “Dia do Metal” e fazer parte desta história como banda é um momento único. A boa resposta refletiu tudo o que o “Discipline of Hate” vem trazendo para a gente. Até então é o ápice da banda. Percebemos muitas pessoas no show, bem abertas ao nosso trabalho. A troca de energia entre banda e público é muito forte. O show coroou a turnê de lançamento do novo disco.
O Korzus já está acostumado com grandes festivais. Gravou o CD “Live at Monsters of Rock” (1998), abrindo o evento para grandes bandas internacionais. A experiência foi importante como o Rock in Rio?
Pompeu: Até então era o momento da banda. Estávamos terminando a turnê do “KZS”. A banda passava por uma nova formação. O show serviu para mostrar que a banda estava forte, no caminho certo e com credibilidade. Mas nada se compara ao Rock in Rio. A magnitude, o tamanho e a euforia do público.
Quais os planos para o Korzus no ano que vem?
Pompeu: É o disco novo. Estamos preparando uma turnê para março ou junho e julho. Vamos voltar para o exterior com o objetivo de dar continuidade ao trabalho que começamos.
O Korzus já está há mais de duas décadas na cena. Como você avalia o atual metal brasileiro?
Pompeu: O cenário como um todo nunca foi tão grande. Temos mais público. A quantidade só cresceu após a década de 90. O Brasil é rota internacional de shows, possibilitando que as bandas brasileiras, também, entrem na rota internacional. O país está sendo bem falado, com bom retorno das bandas que vem aqui tocar. Os shows estão cheios. Têm apresentação para mil, cinco mil, dez mil pessoas. De acordo com o tamanho dos locais e das bandas. As bandas brasileiras devem entender que é necessário melhorar. Não será mais medido entre as bandas nacionais. Os grupos brasileiros são comparados às bandas internacionais. É preciso ter estrutura e qualidade diferenciadas. Não adianta reclamar do fã, dizendo que só vai a show de gringo e não de brasileiro. O Brasil tem que fazer frente a eles. Esta é a realidade. Fizemos boa apresentação com o Torture Squad em São Paulo e o público foi receptivo. É lenda dizer que os brasileiros só assistem bandas internacionais.
Mas existe uma grande rota de shows no Brasil para o heavy metal?
Pompeu: Ainda não é o ideal, mas melhorou muito. Dá para contar os shows do Korzus da última turnê que a estrutura foi semelhante às antigas. Foram muito poucos. A maioria tem grande qualidade. Mas fizemos pela cena. Seja de São Paulo ou qualquer outra cidade do Brasil. O que queremos é que o heavy metal esteja cada vez mais forte, com mais fãs, espaço, veículos na mídia do metal. Nem falo da mídia aberta. Já temos a nossa. É importante o papel do Korzus neste movimento, com bons discos e shows de qualidade. As pessoas estão entendendo que todos estes anos de carreira não foi em vão. O trabalho é importante para as bandas iniciantes. Eu tenho um filho de 14 anos que já está com sua banda. O Korzus ainda deve permanecer lutando bravamente.
Nesta longa trajetória, o Korzus já passou por algum momento difícil para continuar?
Pompeu: Problema todo mundo tem na vida. Foi feito para ser resolvido. Procuramos resolvê-los. Sempre aparecem mudanças na formação, de gravadora, empresariado e estrutura. O Korzus é maior do que nós. Somos muito pequenos perto do que a banda significa. Nosso compromisso maior é com um monstro chamado heavy metal. Todos os problemas da carreira foram superáveis. Depois de 29 anos, digo que estamos vivendo o melhor momento de nossa carreira.
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