O precursor do punk rock no Brasil, Kid Vinil, esteve mais uma vez em Curitiba para fazer discotecagem baseada no repertório da década de 80. Antes de subir ao palco para comandar as pick-ups do Vox Bar, ele fez uma retrospectiva de sua carreira como músico e jornalista e comentou sobre o cenário da música pop e alternativa atual
No repertório preparado para a pista, Kid não deixou de incluir hits de sua antiga banda, a Magazine. Ele começou a discotecagem com “Comeu”, tema de abertura da novela global “A Gata Comeu”, de 1985.
No início da conversa, o expoente da new wave brasileira confirmou que foi ele o responsável por importar o punk rock ao país. “O primeiro contato com o punk rock foi quando viajei a Inglaterra em 1978 e pude conhecer o estilo. Voltei ao Brasil com a nova música que acabava de surgir na Europa e comecei a apresentar em um programa de rádio na Excelsior. Eles permitiram que eu tivesse um programa para tocar punk rock”, disse.
Após o contato, o próximo passo foi formar uma banda punk em São Paulo, que acabou inspirando o surgimento de novos grupos na cidade. “Criamos o AI-5, onde eu era guitarrista. Era só barulho. Não tinha muita melodia. Uma das canções acabou sendo gravada pelo Ratos de Porão na década de 90, chamada John Travolta”, diz.
A canção que estava perdida foi incluída no repertório do CD “Feijoada Acidente”, onde os “Ratos” fazem releituras de raridades do punk rock brasileiro. “É o único registro da canção”, diz Kid.
Magazine
Depois de iniciar uma cena totalmente underground na capital paulista, Kid formou um novo grupo: o Verminose, que se adaptaria mais tarde às necessidades da indústria fonográfica, mudando o nome para Magazine. “Foi o início da new wave. Gravamos o compacto de “Sou Boy”, que tocou em todos os lugares e vendeu 100 mil cópias. Uma vendagem significativa para um compacto com duas músicas”, disse.
O Magazine se tornou um dos principais grupos da Warner para gravar compactos. No início da década de 80, as gravadoras testavam os novos grupos de rock com lançamentos de singles. A Warner Music adotou o sistema com bandas como Ultraje a Rigor, Ira!, Titãs, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e outros. Funcionava como uma avaliação para a gravação do primeiro LP. “Depois do primeiro single, fizemos “Tic Tic Nervoso”, que repetiu o sucesso. Na época começamos a participar de todos os programas de auditório e tocar pelo Brasil. Em seguida, o Caetano Veloso pediu para gravarmos uma música que ele compôs”.
Convite de Caetano Veloso
Com o grande sucesso do Magazine, a banda new wave começou a chamar a atenção do tropicalista Caetano Veloso. Ele telefonou para a gravadora afirmando que gostaria que o “cantor de Sou Boy” fizesse uma versão para a canção “Comeu”, composta para o disco “Velô”. “Foi uma surpresa muito grande. O Caetano disse que minha voz combinava com a canção. Ele só fez uma exigência. Para gravarmos, teríamos que incluir o saxofonista de seu grupo, o Zé Luís. A idéia foi genial. O sax enriqueceu bastante a música, que foi encomendada para ser abertura da novela A Gata Comeu”.
Além de fazer parte da trilha sonora da novela global, a música ainda resultou no quarto compacto da banda, com “Comeu” no lado A e “Crucial” (faixa instrumental de “Comeu”) no lado B. “Nessa época participamos de todos os programas de TV. Tocamos até no Balão Mágico”, diz o cantor.
Pressão da gravadora
Tudo caminhava da maneira como uma nova banda brasileira do início da década de 80 gostaria que fosse. O lançamento de quatro compactos bem recebidos pelo público deu prestígio à banda. Com o sucesso, a Warner começou a pressionar o Magazine para lançar mais um hit. “Foi quando os desentendimentos apareceram no grupo. É difícil compor sucessos sobre pressão. Após fazer o primeiro disco, a gravadora argumentou que não tinha uma música de trabalho. Não conseguia fazer música sob encomenda. A pressão foi tão grande que a banda começou a ter dificuldade para criar”, disse.
Segundo Kid, a difícil relação entre a gravadora e a banda foi o principal motivo da separação do Magazine.
No repertório preparado para a pista, Kid não deixou de incluir hits de sua antiga banda, a Magazine. Ele começou a discotecagem com “Comeu”, tema de abertura da novela global “A Gata Comeu”, de 1985.
No início da conversa, o expoente da new wave brasileira confirmou que foi ele o responsável por importar o punk rock ao país. “O primeiro contato com o punk rock foi quando viajei a Inglaterra em 1978 e pude conhecer o estilo. Voltei ao Brasil com a nova música que acabava de surgir na Europa e comecei a apresentar em um programa de rádio na Excelsior. Eles permitiram que eu tivesse um programa para tocar punk rock”, disse.
Após o contato, o próximo passo foi formar uma banda punk em São Paulo, que acabou inspirando o surgimento de novos grupos na cidade. “Criamos o AI-5, onde eu era guitarrista. Era só barulho. Não tinha muita melodia. Uma das canções acabou sendo gravada pelo Ratos de Porão na década de 90, chamada John Travolta”, diz.
A canção que estava perdida foi incluída no repertório do CD “Feijoada Acidente”, onde os “Ratos” fazem releituras de raridades do punk rock brasileiro. “É o único registro da canção”, diz Kid.
Magazine
Depois de iniciar uma cena totalmente underground na capital paulista, Kid formou um novo grupo: o Verminose, que se adaptaria mais tarde às necessidades da indústria fonográfica, mudando o nome para Magazine. “Foi o início da new wave. Gravamos o compacto de “Sou Boy”, que tocou em todos os lugares e vendeu 100 mil cópias. Uma vendagem significativa para um compacto com duas músicas”, disse.
O Magazine se tornou um dos principais grupos da Warner para gravar compactos. No início da década de 80, as gravadoras testavam os novos grupos de rock com lançamentos de singles. A Warner Music adotou o sistema com bandas como Ultraje a Rigor, Ira!, Titãs, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e outros. Funcionava como uma avaliação para a gravação do primeiro LP. “Depois do primeiro single, fizemos “Tic Tic Nervoso”, que repetiu o sucesso. Na época começamos a participar de todos os programas de auditório e tocar pelo Brasil. Em seguida, o Caetano Veloso pediu para gravarmos uma música que ele compôs”.
Convite de Caetano Veloso
Com o grande sucesso do Magazine, a banda new wave começou a chamar a atenção do tropicalista Caetano Veloso. Ele telefonou para a gravadora afirmando que gostaria que o “cantor de Sou Boy” fizesse uma versão para a canção “Comeu”, composta para o disco “Velô”. “Foi uma surpresa muito grande. O Caetano disse que minha voz combinava com a canção. Ele só fez uma exigência. Para gravarmos, teríamos que incluir o saxofonista de seu grupo, o Zé Luís. A idéia foi genial. O sax enriqueceu bastante a música, que foi encomendada para ser abertura da novela A Gata Comeu”.
Além de fazer parte da trilha sonora da novela global, a música ainda resultou no quarto compacto da banda, com “Comeu” no lado A e “Crucial” (faixa instrumental de “Comeu”) no lado B. “Nessa época participamos de todos os programas de TV. Tocamos até no Balão Mágico”, diz o cantor.
Pressão da gravadora
Tudo caminhava da maneira como uma nova banda brasileira do início da década de 80 gostaria que fosse. O lançamento de quatro compactos bem recebidos pelo público deu prestígio à banda. Com o sucesso, a Warner começou a pressionar o Magazine para lançar mais um hit. “Foi quando os desentendimentos apareceram no grupo. É difícil compor sucessos sobre pressão. Após fazer o primeiro disco, a gravadora argumentou que não tinha uma música de trabalho. Não conseguia fazer música sob encomenda. A pressão foi tão grande que a banda começou a ter dificuldade para criar”, disse.
Segundo Kid, a difícil relação entre a gravadora e a banda foi o principal motivo da separação do Magazine.
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