O Guardian.co.uk entrevistou recentemente o vocalista do VAN HALEN David Lee Roth. Seguem alguns trechos da conversa.
Sobre se foi um trabalho duro parecer estar se divertindo tanto o tempo todo:
Roth: "Eu vendia roupas; eu limpei estrume em um estábulo por anos. Eu fui rico e fui pobre. Ser rico é bem melhor. Totalmente melhor. O trabalho que temos é um privilégio. Os Van Halens «Eddie e seu irmão Alex, o baterista» e eu tivemos trabalho fixo desde que tínhamos 12 anos. O meu era trabalhar antes e depois da escola num estábulo de cavalos. Para eles era entregar jornal. O Sr. Van Halen era um europeu clássico: você vai ganhar seu dinheiro para o aluguel. Eu tive sorte por não ter de fazer isso... mesmo em seus piores momentos, há muitas coisas dignas de Shakespeare acontecendo. Como você pode não dar valor? Mesmo na maior solidão, na maior catástrofe, ainda assim é tudo bem cinematográfico. Acho que os sorrisos foram genuínos. Não os confunda com sorrisos simplórios – há muitos sorrisos falsos."
Sobre como ele e seus colegas de banda produziram uma legião de imitadores no cenário hair metal de L.A. — MÖTLEY CRÜE, POISON, CINDERELLA, WARRANT e similares — que tentaram marcar território na propriedade do Van Halen:
Roth: "Eu não sei quem criou a frase que diz que a imitação é a forma mais sincera de elogio. Acho que foi David Mamet quem criou a frase que diz que a imitação é a forma mais sincera de roubo. Provavelmente algum advogado militante a criou primeiro. OK, se a imitação é a forma mais sincera de elogio então há muitos cães por aí... Na pior das hipóteses eu me sinto como se estivesse passando em um acidente de trânsito e fico aliviado porque ninguém morreu."
Sobre de onde o VAN HALEN tirou inspiração:
Roth: "Eu posso chegar para você e dizer: aqui estamos imitando o Eric Clapton; aqui estou imitando o vocal do David Bowie; aqui é o Bruce Springsteen, mas é assim que se cria um som característico. Se você tem sorte de tê-lo, não fique dando voltas. Eu ativamente imitava tudo desde o sapateado dos Nicholas Brothers até o Mick Jagger falando 'Oooh yeah!' Mas por alguma razão nunca soa como nada além do David Lee. E quando o Edward toca você pode nunca ter ouvido o material antes mas instantaneamente você reconhece."
Sobre se ele sabia que eles teriam de lidar com as tensões entre ele e os outros membros do VAN HALEN:
Roth: "Jesus, vamos voltar novamente aos anos 1.600. As pessoas não entendiam psicologia, certo? Você mostrava a elas conteúdo emocional e fazia alguém chorar e eles achavam que eram os demônios. Uma das melhores críticas que você pode receber na minha concepção era quando os aldeões matavam todos os artistas e os enterravam na cruz para que os fantasmas deles não assombrassem a aldeia – porque todos saíram chorando da peça e rindo e eles não entendiam o porquê. Hoje damos a eles um Oscar por esse tipo de jornada emocional. Ser humano causa muito isso. Vamos voltar à teoria. O que é arte? Simples, eu acho – algo que te força e te compele a pensar, e isso pode ser uma cópia em perfeito estado de uma obra ou pode ser um programa de reality show. As mesmas questões serão perguntadas e você será forçado a se confrontar e você será forçado a afirmar sua opinião sobre tudo, desde racismo, políticas até cortes de cabelo. E eles são realmente diferentes? Você entende? Você vai fazer as mesmas perguntas e aquela … merda … é … arte. E isso te fez questionar mais do que a maldita sopa enlatada que nos venderam. Ou tentaram vender. Entende? Você é compelido a uma discussão. Consequentemente, discutir sobre nossa banda e nosso rock'n'roll – você pode fazer isso por mais tempo do que de fato ouvir a nossa música. A música do VAN HALEN é uísque no copo de papel. Doses pequenas e não todas as noites, POR FAVOR!"
Leia a entrevista na íntegra no Guardian.co.uk.
http://www.guardian.co.uk/music/2012/feb/02/david-lee-roth-van-halen
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