O site Live-Metal.net conversou recentemente com o guitarrista do SEPULTURA, Andreas Kisser para discutir sobre o novo disco da banda, KAIROS. Um trecho traduzido da conversa segue abaixo:
Então o novo disco, Kairos, já saiu faz um tempo e eu acho que a maioria das reações foi bem positive. Pode ter havido algumas resenhas nem tanto, mas você está satisfeito pelo retorno do disco e o sucesso dele até agora?
Kisser: Muito, cara. Tem sido fabuloso. Tem havido uma resposta muito boa de todo canto. Temos estado em turnê desde abril, e o disco saiu em Julho, e temos tocado na Europa e apresentado as novas músicas já faz um tempo e elas ficaram muito boas ao vivo. E temos uma excelente gravadora também, a Nuclear Blast, uma grande parceria que está se saindo fantástica. A química é muito boa. Desde o ano passado, nós temos planejado isso e tudo está indo de acordo com o plano. É muito bom que o disco esteja causando impacto, e um privilégio estar em turnê e curtir. Foi uma sincronia perfeita.
Temos visto muitas comparações desse disco com Chaos A.D. e Arise também. Vocês estavam tentando fazer um disco naquele estilo porque vocês sentiram que era isso que os fãs queriam, ou vocês só estavam seguindo sua rota natural?
Kisser: É natural para nós tentar e achar algo novo o tempo todo, mesmo que sejamos inspirados por nós mesmos. Então uma conexão com qualquer disco antigo do Sepultura faz sentido. Não que estejamos tentando fazer um disco específico de novo, o que eu acho que é meio burro – é impossível. Mas o Sepultura comemorou 25 anos de carreira ano passado, então esse clima meio que me pegou, ainda viajando e ainda fazendo discos. Nós olhamos pra trás e vemos a linda história que temos por trás de nós, e nós respeitamos muito nosso passado, mas nós não estamos presos ao passado. Nós precisamos um pouco das memórias e de todas as influências que tivemos. As bandas que nós costumávamos ouvir e todas as limitações que a tecnologia tinha naqueles dias. No vinil, você só podia colocar um certo número de músicas, e nós trabalhávamos no estúdio e gravávamos em fita e tudo mais. Esse tipo de coisa traz muitas lembranças, e meio que funcionou para provocar esses sentimentos – a nossas famílias, a nossas relações com a imprensa, gravadoras, empresários, toda a experiência de viajar pelo mundo e estar no palco. Então é um disco muito introspectivo e pessoal, e eu acho que a conexão é óbvia. Não que estejamos tentando fazer nosso disco A, B ou C, mas eu acho que tudo está ali. Desde Bestial Devastation (1985) até A-Lex (2009), todo disco é muito importante.
Eu sei que lhe perguntam sobre ‘reunião’ o tempo todo, então eu nem vou entrar nisso, mas vamos dizer que lhe questionassem quanto a tocar um show ou um festival com Max e Iggor. Qual seria o fator mais importante a impedir isso?
Kisser: Eu não sei. Eu não gosto de pensar nisso. Eu acho que é meio ridículo (risos). Nós podemos projetar qualquer tipo de situação e dar uma opinião. Não faz sentido pra mim tentar projetar algo assim e dar uma opinião; É o que é, e eu sempre gostei de estar na música. Eu não quero ser escravo de algo que não exista mais. Eu não sou escravo do meu passado. Eu respeito meu passado, mas eu estou aqui agora. Muito mais do que qualquer coisa, eu acho que Kairos se trata disso – é nesse momento, é um conceito de tempo. Não passado, mas isso é uma visão e um conceito do futuro. Nossos fãs tentam criar expectativas, mas isso é totalmente vazio.
E tem que ser certo, tem que ser honesto e tem que ser Sepultura, de outro modo, não rola. E é por isso que ainda estamos aqui como o Sepultura, porque o espírito ainda está em nossas vidas, muito positivo e muito feliz. E estamos crescendo, indo em direções diferentes, lugares diferentes no mundo ainda. Nós nos certificamos que tudo aconteça da melhor maneira possível. Nós mostramos respeito para nossos fãs, e não estamos tentando enganá-los. Então eu prefiro ser eu mesmo do que tentar corresponder às expectativas das pessoas.
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