segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Metallica: Pra eles, tudo é $$$ – e eles estão certos


Por MICK WALL
Traduzido por Nacho Belgrande

Eu tenho que rir das várias ‘declarações de ultraje’ rolando atualmente em relação ao recente show para uma empresa que o METALLICA fez, tocando na noite da última quarta-feira na nona convenção anual da Salesforce.com DreamForce no Moscone Center em São Francisco.

‘Shows corporativos’, ou para empresas, como eles são conhecidos no ramo, já existem há mais tempo do que a maioria das bandas de rock que você ama tanto – na verdade, são os shows mais lucrativos e procurados por qualquer banda – e eu realmente quero dizer que QUALQUER banda – os fará.

 E por que não o fariam? O que você acha que realmente mantém a maioria dos roqueiros estabelecidos que você gosta na estrada pelo resto da vida? O Amor deles pela música? A adoração dos fãs deles?

Caiam na real. É dinheiro. E tanto dele quanto for possível, por favor.

Claro, o amor pela música e o respeito dos fãs é um ingrediente importante. Mas não é isso que manda seus filhos para escolas particulares ou engorda sua restituição do imposto de renda, muito obrigado.

Mas espera aí, você me diz, uma banda como o Metallica já não tem dinheiro o suficiente? Permita que eu responda a isso nas palavras de um ex-contador da indústria musical, amigo meu, e que agora é empresário de um dos artistas contemporâneos mais famosos do mundo.

“Cara, o que você tem que lembrar é que eles nunca têm dinheiro suficiente. Não existe nada chamado dinheiro suficiente.”

Então, você tem, digamos, 500 mil dólares sobrando e você quer contratar, sei lá, o Status Quo, ou quem sabe, talvez o Motörhead ou Alice Cooper para festa extra-especial de Natal da empresa esse ano – sem problema! Siga-me, por favor…

Sério, todas as bandas fazem isso. Mesmo que elas tentem escondê-lo. Como quando Jimmy Page fez um evento do tipo alguns anos atrás para alguns banqueiros de Wall Street que estavam dispostos a gastar cifras de sete dígitos para verem Jimmy tocar versões instrumentais de algumas músicas do Zeppelin. Ou quando os Rolling Stones – shhh! – receberam vários milhões para tocaram na ‘festa particular’ de um certo magnata da indústria do petróleo e seus amigos mais íntimos.

Eles nem têm que dar um show completo de 90 minutos. Nem levarem toda a produção de palco. Não a menos que o cliente queira mesmo, para o qual, claro, eles vão ter que pagar ainda mais.

E quer saber? Eu não acho que isso mereça tanto burburinho. Ah, grande coisa, o Metallica aceita dinheiro de empresas de vez em quando. E daí? A maioria das bandas ‘top’ de hoje em dia preferiria nem excursionar mesmo. Quem precisa de 12 meses de shows em lugares grandes quase que um dia após do outro quando o circuito mundial de festivais agora é tão vasto que uma banda que nem encabeça o elenco de um pode passar oito meses do ano sem fazer nada a não ser apresentações em festivais ao custo de US$ 350 000 uma ou duas vezes por semana?

Eu repito: o lance é grana. Sempre foi. E qualquer um que não tenha se dado conta disso até agora ou ainda está na escola sonhando em montar uma banda um dia ou é tão rico que nunca tem que pensar em dinheiro – e está ocupado demais contratando o Deep Purple para a sua próxima festa nas férias.

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