Em seu livro Dirty Deeds: My Life Inside/Outside AC/DC, o baixista Mark Evans relembra o primeiro show do grupo na Inglaterra. A apresentação ocorreu em 23 de abril de 1976, em Londres.
A hora do show no Red Cow se aproximava. A platéia, se é que poderia se chamar assim, era minúscula. Havia em torno de trinta pessoas. Não nos importamos e tocamos com tudo. Angus estava feliz como nunca tinha visto antes. Seus dentes horríveis brilhavam. Estávamos prontos, no controle das emoções como sempre, mas havia essa palpável emoção. Se tivesse que escolher um momento em que nos sentimos como irmãos, foi esse. Parecia o começo de algo., mesmo tocando para alguns bêbados apenas. Eles não tinham idéia do que estava prestes a acertá-los.
Abrimos com “Live Wire”. Meu baixo ecoou no ar. Os acordes de Malcolm se juntaram, a batida de Phil Rudd e Angus explodiram, como se fosse uma erupção. Sentia que o chão estava se levantando, era poderoso, soava como AC/DC. Pode parecer ridículo falar, mas estávamos dando nosso recado. Havia esse grande sentimento de poder. Não era caótico, fora de controle, mas era AC/DC. Estávamos em chamas e Bon Scott nem tinha entrado em ação.
Nossos trinta novos amigos enlouqueceram, entenderam o recado. Estranhamos quando o primeiro set terminou e todos começaram a sair. Os que permaneceram foram se refrescar com bebidas ou usar os telefones públicos. Demos de ombros. Mas, quando o segundo set se aproximava, começou a aparecer gente de novo. Aqueles que estavam lá antes tinham ido chamar os amigos. O lugar estava lotado quando recomeçamos. Claramente estávamos no caminho certo.
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