domingo, 28 de agosto de 2011

Big 4: Como elaborou sua jam

Em mais um trecho da edição especial da revista musical estadunidense REVOLVER dedicada somente ao BIG FOUR, recapitula-se como todas as bandas entraram em acordo para tocarem ‘Am I Evil?’ no palco nos shows do Big Four, começando em Sofia, na Bulgária, no ano passado. Dessa vez com entrevistas com Lars Ulrich do Metallica, Scott Ian e Charlie Benante do Anthrax, Dave Lombardo do Slayer e David Ellefson do Megadeth.

Sabidamente, muitos de vocês subiram ao palco e fizeram uma jam de ‘Am I Evil?’ do Diamond Head no ano passado em Sofia, na Bulgária. Como isso aconteceu?

LARS ULRICH: Eu acho que pensamos que deveríamos tentar e ver se conseguiríamos juntar todo mundo. E também rolava o lance da transmissão via satélite pro mundo inteiro. Parecia um lugar óbvio para fazê-lo, havia uma vibração tão boa no ar. Queríamos deixar que os fãs do mundo inteiro sentissem aquela vibração.

SCOTT IAN: Eu acho que estava sentado num bar com Corey Taylor [vocalista do Slipknot e do Stone Sour] em algum canto uma noite ou duas antes de fazermos isso, e eu recebi um torpedo de Kirk Hammett dizendo, ‘Hey, na Bulgária estamos pensando em tocar ‘Am I Evil?’ com todo mundo, então avisa seus colegas. ’ E eu respondi, ‘Sim, claro. Estamos dentro. ’

ULRICH: A razão pela qual escolhemos ‘Am I Evil?’ é porque obviamente tocar uma música do Metallica teria parecido meio egoísta. Todos os músicos com certeza partilham da influência do Diamond Head. É provavelmente difícil achar uma banda que seja mais responsável, ou pelo menos indiretamente responsável, pelo thrash metal. E ‘Am I Evil?’ é tão somente uma grande canção, como um hino que também tem a qualidade e não ser muito complicada. Então só pareceu a vibe certa para se compartilhar como todo mundo por cinco minutos que não fosse necessariamente mandar todo mundo de volta pro local de ensaio por dias a fio. Dave Mustaine e um monte dos caras obviamente conheciam o riff também, e pareceu uma escolha lógica.

CHARLIE BENANTE: A primeira mensagem que recebi foi –eu acho que Kirk me mandou – “Você vai tocar guitarra.” Essa foi a primeira mensagem que eu recebi. E pensei, porra, do caralho. Isso seria ótimo. E eu acho que outras pessoas pensaram, ‘como é que o baterista vai tocar guitarra enquanto os outros bateristas não estão fazendo nada?’ Então de repente uma caixa caiu no meu colo. E eu pensei, ‘Ok, tudo bem por mim também. ’

DAVE LOMBARDO: Eu adoro jams. Eu faço isso o tempo todo quando estou em casa em Hollywood. Então me diverti muito fazendo isso, eu não iria rejeitar essa oportunidade quando todos os meus outros amigos estavam lá em cima. Foi meio, ‘Demorou, vamos embora. ’

O que vocês se lembram do ensaio da música?

DAVID ELLEFSON: Foi ótimo. Tão logo eu entrei na sala de ensaio, Robert Trujillo me disse, “Hey, mano, que lega que você está aqui.”. E ele me dá o baixo. E ele mandou, “Aqui é uma jam”, e eu pensei, “OK, eu acho que eu sou o baixista desse pequeno lance agora. Então eu toquei, e foi divertido pra mim sentar ali e desempenhar aquele papel. Lars era o baterista, claro, e então estávamos meio que nos apoiando um no outro, porque ele e eu sempre nos demos muito bem ao longo dos anos. E eu olho e vejo Chris Broderick, James Hetfield, Mustaine, Scott Ian, Joey Belladonna e todo mundo ali. Foi um daqueles momentos clássicos. Eu me lembro de quando era criança, folheando uma revista sobre guitarras e ver uma foto clássica de Jimmy Page, Paul McCartney e, tipo, Keith Richards, todos na mesma sala juntos. Pra mim, aquele foi o nosso momento. Eram todos esses caras que nunca tinham estado na mesma sala juntos. E especialmente com as guitarras ligadas, trabalhando em algo juntos.

E eu tenho que dizer, James Hetfield foi realmente um anfitrião gracioso. Ele deixou tudo relaxado e divertido e foi legal porque estávamos essencialmente sendo convidados para dentro das câmaras secretas do Metallica [risos]. Eles fizeram de tudo algo muito relaxante e muito confortável e divertido.

ULRICH: Eu posso ter sido o regateiro da coisa. Todo mundo estava meio que paradão, olhando um pro outro. E eu digo, “OK, vamos tocar algo.” Então começamos tocando “Breaking the Law” [Judas Priest]. Daí nos soltamos e começamos a nos divertir.

ELLEFSON: O Engraçado foi que todo mundo tinha ensaiado o dia inteiro. É só um riff fácil, e juntamos todo mundo atrás do palco no ensaio organizado em nosso camarim também. Daí Scott e Charlie e Frank e todo mundo está vindo pra nossa barraca, e estamos lá tocando e ensaiando e trabalhando em cima de outras coisas também. Foi uma daquelas coisas que todo mundo queria que fosse perfeita, nota por nota. Todo mundo, por paixão, pensava, “eu quero que isso seja a melhor coisa de todos os tempos”.

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