(LIVERPOOL -THE WORLD CAPITAL CITY MUSIC, but....)
A cidade de Liverpool X Beatles é um relacionamento no mínimo complicado. Cheguei a essa conclusão quando estive lá no mês passado pesquisando para o livro que estou escrevendo sobre Beatles. Dentre os livros que lá encontrei me chamou atenção "Bigger than the Beatles" de Bill Harry (oportunamente farei uma resenha sobre o livro) onde é descrita a frustação do meio musical local com o pequeno resultado efetivo para o Mersey sound que a fama alcançada pelos Beatles proporcionou.
Realmente o pouco afeto e conhecimento que a cidade tem para com os Beatles é flagrante, tanto que,em conversa com uma moradora, ela disse, apontando para o rio Mersey, que "Ferry Cross the Mersey" era uma excelente música dos Beatles... Isso para mim soou tão estranho como se uma pessoa de Ipanema dissesse que "Garota de Ipanema " é de Toquinho e Vinícius. Num dos mais visitados pontos turíticos da cidade, o Albert Dock, vemos uma estátua homenageando um músico local, um certo Billy Fury, para mim, um ilustre desconhecido. Mas e os Beatles....?
A mudança dos Beatles para Londres criou uma falsa expectativa para o pessoal do Mersey Sound. Eles- cerca de 400 conjuntos/artistas ficaram na esperança que portas seriam abertas. Porém foi o "music business" londrino que que capitalizou a "marca Liverpool", a ponto do "Dave Clark Five" (de Londres) ter sido chamado de conjunto de Liverpool nos EUA.
O Cavern Club, localizado na Mathew Street, conhecido como "berço dos Beatles", onde eles se apresentaram 292 vezes, tem tudo para capitalizar a marca Beatles, através do uso adequado dos fatores básicos para lastrear uma marca de impacto mundial (brand) tais como: icones, jargão, rituais e crenças, acaba hoje não passando de um pub subterrâneo com música ao vivo. Muito pouco para um local com a história que tem. O mesmo pode-se dizer em relação ao hotel na esquina da Mathew Street que, se não soubéssemos que se chama "A Hard day´s night", acharíamos apenas que é um local que tem música ambiental de Lennon e MacCartney...
As lojas na cidade, com excessão da "Beatles Story", anexa ao museu Beatles no Albert Dock, são largadas, parecem que estão sempre num “mutirão de entrega das chaves” e vendem um bando de suvenirs “Beatles” (canequinhas, chaveiros, camisetas, etc.) que também são encontrados aqui no shopping da Gávea. Mesmo com a globalização, o fato de uma pessoa estar em Liverpool deveria proporcionar a oportunidade de adquirir e observar algo especial, só encontrado em Liverpool, em relação aos Beatles.
O binômio Liverpool-Beatles tem muito o que aprender (e a lucrar) com o business aplicado em Orlando/Disney/Mikey, dispensando um tratamento especial a marca The Beatles. Fotos sobre nossa viagem a Liverpool (21/05/2011) são encontradas no nosso site - beatles41.webnote.com.br.
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