O metal finalmente fincou os pés na Cidade do Rock neste Rock in Rio. Pela primeira vez o público brasileiro viu ao vivo os rostos por trás das sombrias máscaras do Slipknot de Corey Taylor (vocal) e James Root (guitarra), com o projeto alternativo (e bem mais pop) dos músicos, o Stone Sour. Para dar um gostinho extra para os metaleiros (em minoria neste dia de NX Zeros e Capitais Iniciais), o show ainda contou com o virtuoso Mike Portnoy, ex-baterista do Dream Theater e Avenged Sevenfold, substituindo Roy Mayorga, cuja primeira filha está nascendo hoje.
“Como vocês estão vendo, Roy não está aqui com a gente hoje”, lembra Corey Taylor logo no início do show. “Mas tiramos alguém dos nossos bolsos. Um tal de Mike Portnoy”, berra, saudando o amigo no palco e arrancando berros da multidão.
O Stone Sour pode ser uma grande interrogação para quem ontem curtiu o show de Rihanna, Katy Perry e Elton John na Cidade do Rock. Mas para o público metaleiro, subiu ao palco hoje o que pode ser considerada uma superbanda. Com esse time no palco, agradar os cabeludos vestidos em calças pretas justas que se acotovelavam na grade era uma certeza. Inesperada foi a empatia da banda com o resto do público na Cidade do Rock. Surpresa para o repórter e, aparentemente, também para a banda: Corey Taylor mal podia segurar o sorriso no palco.
No repertório, os principais hits do seus três álbuns: “Stone Sour” (2002), “Come What(ever) May” (2006) e, sobretudo, “Audio Secrecy”, lançado no ano passado. O show começou barulhento no palco, com o single “Mission Statement”, soando um tanto abafado. Sem a ajuda do som, os dedos de James Root fritavam a guitarra e engoliam a voz de Corey. Assim foi também com “Reborn”, outro carro-chefe do novo disco da banda, e a pulsante “Made of Scars”.
“A próxima música é um recado para vocês sairem da frente da porra do computador e viverem suas vidas”, grunhe um Corey Taylor raivoso, dando sinal para os primeiros acordes de “Digital”. O som dá sinais de melhora e fica mais alto, levantando a platéia com ele. A chuva começa refrescando o público mas, no palco, o clima só esquenta. Pouco depois, com a pesada “Orchids”, Corey Taylor já tem a multidão nas mãos e comanda sem medo um coro de berros, repetidos obedientemente pela maioria.
A energia do show continua alta com as pesadas “Haunt Me” e “Your God”, com Corey Taylor (agora com a ajuda do som) mostrando seu valor como frontman, mesmo diante de uma platéia que pouco conhece as letras que vocifera do palco. Depois de um blackout, uma pausa e Corey surge sozinho no palco com uma guitarra para tocar a balada que talvez seja a música mais popular da banda aqui no Brasil, “Bother”. A empatia do público é instantânea, apesar de alguns vacilos da voz claramente cansada do vocalista. Estaria ele se poupando para o show que faz amanhã, no mesmo Palco Mundo, com o Slipknot?
“Through Glass”, que vem logo em seguida, prova que não. A música mais pop do setlist é também a que mais coloca a Cidade do Rock para pular. No fosso em frente ao palco, algumas pessoas começam a ser retiradas, esmagadas pela multidão que avança extasiada. A música dá um gás extra para o fim do show com “Get Inside”, “Hell & Consequences” e, por fim, “30/30 – 150″, cantada por um Corey Taylor enrolado na bandeira do Brasil e prometendo voltar em breve, muito em breve.
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