A rádio de rock WBAB de Nova Iorque, Fingers of the Babylon, entrevistou recentemente o baterista Mike Portnoy (ADRENALINE MOB, DREAM THEATER, AVENGED SEVENFOLD). Ouça aqui a conversa. Seguem abaixo alguns trechos da conversa (transcritos pelo BLABBERMOUTH.NET).
Falando sobre como foi ver o DREAM THEATER receber indicação a um Grammy Award um ano após sua saída da banda:
Portnoy: "Foi uma coisa difícil de ver para mim porque eu trabalhei tão duro por todos aqueles anos para sempre lutar para conseguir que a banda tivesse uma aceitação de destaque e reconhecimento. Nós sempre nos saímos tão bem por contra própria por todos aqueles anos – nós meio que subimos a escada à nossa própria maneira. Nós lotávamos o Radio City Music Hall «na cidade de Nova Iorque» sob nossas próprias condições. Então a gente fazia as coisas do nosso jeito e sempre almejávamos um lugar de destaque, aceitação comercial ou reconhecimento. Então ver isso finalmente acontecer um ano depois de eu ter saído, para mim foi de partir o coração, a nível pessoal. A nível profissional, fico feliz que isso finalmente tenha acontecido para a banda. Foi algo que levou muito tempo; devia ter acontecido há muitos, muitos anos atrás. Então, de um lado, foi empolgante a banda finalmente ter sido reconhecida, mas foi um pouco estranho ter acontecido... o timing da coisa toda – depois de todo o trabalho, sangue, suor e lágrimas que eu dediquei. Mas quer saber de uma coisa?! Antes tarde do que nunca. Mas a outra realidade disso... Eu não quero soar como uma pessoa amarga, mas a realidade é que durante todos anos que estive na banda, eu nunca dei importância ao Grammy; era sempre assim, 'F*-se o Grammy'. Para mim, era sempre como uma piada, e nunca deixei pesar tanto ou dei tanto valor pra começo de conversa. Então eu não quero sair e dizer isso agora e vai parecer que eu estou ressentido porque eles receberam a indicação, mas a realidade é que é legal ter reconhecimento, mas na realidade nunca foi algo importante para mim. Eu sempre me preocupei mais em fazer as coisas do nosso jeito... Eu acho, honestamente, que o significado da indicação foi mais como um assentimento a uma carreira e ao fato de que o DREAM THEATER existe e é relevante no que faz... Eu honestamente não acho que tenha tido a ver apenas com o novo álbum «A Dramatic Turn Of Events» e aquela música em particular «On The Backs Of Angels». Quero dizer, é claro que é fácil para mim dizer isso, e eu provavelmente vou ser criticado por dizer isso, mas eu acho que a realidade é que foi mais um assentimento a uma carreira, e se foi, se for esse o caso, então eu acho que é bem merecido. Mesmo eu não estando lá, acho que a banda realmente deixou sua marca com o que fizemos, então acho que ela merece ser reconhecida."
Falando sobre a forma dramática que sua separação do DREAM THEATER foi tratada pela mídia:
Portnoy: "A realidade é que vivemos numa época em que tudo está na internet em tempo real. Toda banda passa por rompimentos ou separações. Quando crescemos isso aconteceu com o VAN HALEN e aconteceu com o KISS e aconteceu com o PRIEST e com o MAIDEN e com essa e aquela banda, e isso foi antes da internet e essas coisas não eram tão amplamente divulgadas e publicadas. E eu vivo uma vida bem aberta. Eu valorizo minha relação com os fãs e uso o Twitter e o Facebook e meu site, então minhas atividades cotidianas são um livro aberto que eu partilho com meus fãs, no melhor e no pior. Então eu acho que por causa disso, muita merda se espalhou e foi distorcida ao olho público, quando, na realidade, antigamente – nos anos 70, 80 e 90 – muita coisa desse tipo acontecia às portas fechadas. Nós vivemos numa época em que o Twitter e o Blabbermouth e tudo mais está aí em tempo real. Então, infelizmente, muitos dos detalhes por trás da separação provavelmente, na realidade, não deveriam se tornar uma discussão e dissecação pública, mas infelizmente se tornaram... A diferença é que antes, nos anos 70, 80 e início dos 90, apenas jornalistas e DJs e gente assim era capaz de comentar sobre as bandas e a música. Agora qualquer menino de 12 anos com um computador tem um fórum aberto para se envolver. «risos» Então quando você tem algo como uma separação ou rompimento você tem milhares de comentários a respeito e dando combustível a mais comentários, é muito diferente do que foi para nós nos anos 80 e 90... Toda vez que eu tentava me defender, eu era linchado e analisado além da conta e mal interpretado, então eu aprendi do jeito mais difícil ao longo do ano passado que a melhor resposta é nenhuma resposta. E isso é triste, porque eu sempre valorizei ser bem, bem aberto e honesto com os fãs. Você vê pessoas como o Lars Ulrich «METALLICA» e o Dave Mustaine «MEGADETH» e geralmente as pessoas que são honestas e abrem a boca para falar das coisas são as pessoas que tem de se calar e servir de exemplo. Então... vivendo e aprendendo."
Falando sobre as circunstâncias que levaram à saída dele do DREAM THEATER:
Portnoy: "Basicamente, estivemos juntos por 25 anos, dos quais pelo menos 15 a 20 foram muito, muito ativos – compondo, gravando, fazendo turnê... num ciclo infinito. E para ser honesto, entre esses ciclos, eu sempre supervisionava tudo – desde a produção, passando pelos DVDs, sites, merchandise até os fã-clubes – então eu nunca tinha descanso, enquanto os outros caras iam pra casa e ficavam um tempo com suas famílias. Então eu estava ficando saturado. E justiça seja feita, eu gosto de fazer outras coisas com outros projetos e coisas assim, e eu acho que, às vezes, dar um tempo da família – quer dizer, a banda em tempo integral – às vezes era bom. Mas de qualquer forma, mais perto do fim, eu estava me sentindo saturado. Por fora a banda estava caminhando a passos largos – tínhamos acabado de fazer uma turnê com o IRON MAIDEN, tocamos no Madison Square Garden pela primeira vez. Então a banda ainda estava construindo, crescendo e desenvolvendo. Mas depois de 25 anos, eu simplesmente sentia que precisávamos de dar um tempo. Eu sentia que, no backstage, não havia camaradagem e todos tinham camarins separados. Eu estava lá, eu toquei um tempo com o AVENGED SEVENFOLD numa turnê, e eu estava vendo essa irmandade e essa camaradagem que era empolgante e inspiradora para mim, e eu não estava vendo isso no DREAM THEATER, então eu apenas sugeri, 'Ei, caras, vamos parar um pouco, dar uma pausa. Isso pode fazer bem à banda. Pode reacender a chama e estimular o relacionamento. Os fãs podem, talvez, ficar famintos após um ano ou dois'. Então eu sugeri isso e, obviamente, eles não queriam parar, eles não queriam dar um tempo, e eu desesperadamente precisava de um tempo – não do trabalho, mas dos caras e do ciclo infinito. . . Eu sempre digo a minha esposa, em nossa relação, acho que uma das razões pelas quais eu e minha esposa temos uma relação tão ótima, e estamos agora juntos há mais de 20 anos, é que eu fico longe bastante. Eu saio em turnê. E as pessoas me dizem, 'Bem, como pode um casamento durar se você fica sempre longe?' E eu sempre digo, 'Bem, a ausência faz o coração ficar mais apaixonado'. Esse tempo longe um do outro na verdade tornou nossa relação mais forte. E acho que o mesmo poderia se dizer do DREAM THEATER. Acho que estavámos juntos demais por muito tempo que eu achei que dar um tempo podia fazer bem a nós. Quero dizer, todos, desde o METALLICA, RUSH até o MAIDEN, num dado momento, param um ou dois anos. De qualquer forma, é o que é, e eu não vou ficar remoendo, e eu aceitei as coisas como são e nós decidimos seguir caminhos diferentes. Eu estou muito, muito feliz onde estou e não tenho arrependimentos. É assim que é estou olhando aonde estou hoje e para onde vou no futuro e não estou me preocupando com o passado. Meu tempo e meu momento com o DREAM THEATER sempre farão parte de mim, é algo de que sempre sentirei orgulho. Mas, sabe, é 2012 e eles estão onde estão e eu estou onde estou, e todos estão seguindo em frente."
Falando sobre como foi ver o DREAM THEATER receber indicação a um Grammy Award um ano após sua saída da banda:
Portnoy: "Foi uma coisa difícil de ver para mim porque eu trabalhei tão duro por todos aqueles anos para sempre lutar para conseguir que a banda tivesse uma aceitação de destaque e reconhecimento. Nós sempre nos saímos tão bem por contra própria por todos aqueles anos – nós meio que subimos a escada à nossa própria maneira. Nós lotávamos o Radio City Music Hall «na cidade de Nova Iorque» sob nossas próprias condições. Então a gente fazia as coisas do nosso jeito e sempre almejávamos um lugar de destaque, aceitação comercial ou reconhecimento. Então ver isso finalmente acontecer um ano depois de eu ter saído, para mim foi de partir o coração, a nível pessoal. A nível profissional, fico feliz que isso finalmente tenha acontecido para a banda. Foi algo que levou muito tempo; devia ter acontecido há muitos, muitos anos atrás. Então, de um lado, foi empolgante a banda finalmente ter sido reconhecida, mas foi um pouco estranho ter acontecido... o timing da coisa toda – depois de todo o trabalho, sangue, suor e lágrimas que eu dediquei. Mas quer saber de uma coisa?! Antes tarde do que nunca. Mas a outra realidade disso... Eu não quero soar como uma pessoa amarga, mas a realidade é que durante todos anos que estive na banda, eu nunca dei importância ao Grammy; era sempre assim, 'F*-se o Grammy'. Para mim, era sempre como uma piada, e nunca deixei pesar tanto ou dei tanto valor pra começo de conversa. Então eu não quero sair e dizer isso agora e vai parecer que eu estou ressentido porque eles receberam a indicação, mas a realidade é que é legal ter reconhecimento, mas na realidade nunca foi algo importante para mim. Eu sempre me preocupei mais em fazer as coisas do nosso jeito... Eu acho, honestamente, que o significado da indicação foi mais como um assentimento a uma carreira e ao fato de que o DREAM THEATER existe e é relevante no que faz... Eu honestamente não acho que tenha tido a ver apenas com o novo álbum «A Dramatic Turn Of Events» e aquela música em particular «On The Backs Of Angels». Quero dizer, é claro que é fácil para mim dizer isso, e eu provavelmente vou ser criticado por dizer isso, mas eu acho que a realidade é que foi mais um assentimento a uma carreira, e se foi, se for esse o caso, então eu acho que é bem merecido. Mesmo eu não estando lá, acho que a banda realmente deixou sua marca com o que fizemos, então acho que ela merece ser reconhecida."
Falando sobre a forma dramática que sua separação do DREAM THEATER foi tratada pela mídia:
Portnoy: "A realidade é que vivemos numa época em que tudo está na internet em tempo real. Toda banda passa por rompimentos ou separações. Quando crescemos isso aconteceu com o VAN HALEN e aconteceu com o KISS e aconteceu com o PRIEST e com o MAIDEN e com essa e aquela banda, e isso foi antes da internet e essas coisas não eram tão amplamente divulgadas e publicadas. E eu vivo uma vida bem aberta. Eu valorizo minha relação com os fãs e uso o Twitter e o Facebook e meu site, então minhas atividades cotidianas são um livro aberto que eu partilho com meus fãs, no melhor e no pior. Então eu acho que por causa disso, muita merda se espalhou e foi distorcida ao olho público, quando, na realidade, antigamente – nos anos 70, 80 e 90 – muita coisa desse tipo acontecia às portas fechadas. Nós vivemos numa época em que o Twitter e o Blabbermouth e tudo mais está aí em tempo real. Então, infelizmente, muitos dos detalhes por trás da separação provavelmente, na realidade, não deveriam se tornar uma discussão e dissecação pública, mas infelizmente se tornaram... A diferença é que antes, nos anos 70, 80 e início dos 90, apenas jornalistas e DJs e gente assim era capaz de comentar sobre as bandas e a música. Agora qualquer menino de 12 anos com um computador tem um fórum aberto para se envolver. «risos» Então quando você tem algo como uma separação ou rompimento você tem milhares de comentários a respeito e dando combustível a mais comentários, é muito diferente do que foi para nós nos anos 80 e 90... Toda vez que eu tentava me defender, eu era linchado e analisado além da conta e mal interpretado, então eu aprendi do jeito mais difícil ao longo do ano passado que a melhor resposta é nenhuma resposta. E isso é triste, porque eu sempre valorizei ser bem, bem aberto e honesto com os fãs. Você vê pessoas como o Lars Ulrich «METALLICA» e o Dave Mustaine «MEGADETH» e geralmente as pessoas que são honestas e abrem a boca para falar das coisas são as pessoas que tem de se calar e servir de exemplo. Então... vivendo e aprendendo."
Falando sobre as circunstâncias que levaram à saída dele do DREAM THEATER:
Portnoy: "Basicamente, estivemos juntos por 25 anos, dos quais pelo menos 15 a 20 foram muito, muito ativos – compondo, gravando, fazendo turnê... num ciclo infinito. E para ser honesto, entre esses ciclos, eu sempre supervisionava tudo – desde a produção, passando pelos DVDs, sites, merchandise até os fã-clubes – então eu nunca tinha descanso, enquanto os outros caras iam pra casa e ficavam um tempo com suas famílias. Então eu estava ficando saturado. E justiça seja feita, eu gosto de fazer outras coisas com outros projetos e coisas assim, e eu acho que, às vezes, dar um tempo da família – quer dizer, a banda em tempo integral – às vezes era bom. Mas de qualquer forma, mais perto do fim, eu estava me sentindo saturado. Por fora a banda estava caminhando a passos largos – tínhamos acabado de fazer uma turnê com o IRON MAIDEN, tocamos no Madison Square Garden pela primeira vez. Então a banda ainda estava construindo, crescendo e desenvolvendo. Mas depois de 25 anos, eu simplesmente sentia que precisávamos de dar um tempo. Eu sentia que, no backstage, não havia camaradagem e todos tinham camarins separados. Eu estava lá, eu toquei um tempo com o AVENGED SEVENFOLD numa turnê, e eu estava vendo essa irmandade e essa camaradagem que era empolgante e inspiradora para mim, e eu não estava vendo isso no DREAM THEATER, então eu apenas sugeri, 'Ei, caras, vamos parar um pouco, dar uma pausa. Isso pode fazer bem à banda. Pode reacender a chama e estimular o relacionamento. Os fãs podem, talvez, ficar famintos após um ano ou dois'. Então eu sugeri isso e, obviamente, eles não queriam parar, eles não queriam dar um tempo, e eu desesperadamente precisava de um tempo – não do trabalho, mas dos caras e do ciclo infinito. . . Eu sempre digo a minha esposa, em nossa relação, acho que uma das razões pelas quais eu e minha esposa temos uma relação tão ótima, e estamos agora juntos há mais de 20 anos, é que eu fico longe bastante. Eu saio em turnê. E as pessoas me dizem, 'Bem, como pode um casamento durar se você fica sempre longe?' E eu sempre digo, 'Bem, a ausência faz o coração ficar mais apaixonado'. Esse tempo longe um do outro na verdade tornou nossa relação mais forte. E acho que o mesmo poderia se dizer do DREAM THEATER. Acho que estavámos juntos demais por muito tempo que eu achei que dar um tempo podia fazer bem a nós. Quero dizer, todos, desde o METALLICA, RUSH até o MAIDEN, num dado momento, param um ou dois anos. De qualquer forma, é o que é, e eu não vou ficar remoendo, e eu aceitei as coisas como são e nós decidimos seguir caminhos diferentes. Eu estou muito, muito feliz onde estou e não tenho arrependimentos. É assim que é estou olhando aonde estou hoje e para onde vou no futuro e não estou me preocupando com o passado. Meu tempo e meu momento com o DREAM THEATER sempre farão parte de mim, é algo de que sempre sentirei orgulho. Mas, sabe, é 2012 e eles estão onde estão e eu estou onde estou, e todos estão seguindo em frente."
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