sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A Queda da Bastilha: 80% dos Americanos Fazem Downloads Ilegais

Monica Santhiago aprova os downloads ilegais, desde que feitos com carinho

Vamos esquecer das grandes gravadoras por um momento: que tal irmos direto às pessoas que estão baixando arquivos ilegalmente, comprando DVDs piratas, ou desrespeitando as leis de propriedade intelectual? Bem, essa é exatamente a estratégia por detrás de uma campanha recém-anunciada pelo governo dos EUA planejada para reverter a postura em relação à pirataria. A iniciativa foi anunciada na Casa Branca na última quarta-feira pelo Procurador da República Eric Holder, a coordenadora de Aplicação de Direitos de Propriedade Intelectual Victoria Espinel, e outros membros do poder público.

A RIAA [Associação da Indústria Fonográfica Estadunidense] falhou miseravelmente nesse campo, apesar de que Hollywood parecer estar começando uma guerra totalmente nova – com cenouras no arsenal. E de acordo com Espinel, a maioria dos consumidores sabe que isso é ilegal, mas simplesmente não se importam. Isso com certeza foi aprendido com a música, onde a maioria dos fãs parece considerar a apropriação ilegal de arquivos em algum lugar dentre uma multa por estacionamento em local proibido e uma queixa por barulho. E quando se trata de compra de discos e filmes piratas, Espinel apontou para um mar de apatia. “Oitenta por cento dos estadunidenses acreditam que é ilegal comprar, deliberadamente, mercadorias falsas ou pirateadas, mas o fazem de qualquer modo,” disse a ‘czarina’ do direito intelectual. “E aproximadamente 60 por cento acredita que não vai ser pega.” Espinel não forneceu estatísticas específicas sobre pirataria online, apesar de o governo ter conhecimento de que 95 por cento dos downloads são gratuitos.

Essa será uma campanha ampla, multimídia, que abrangerá televisão, mídia impressa e rádio, e cobre tudo desde troca de MP3 até DVDs pirateados. E carrega uma mensagem básica: pirataria e falsificação não são crimes sem vítimas. Na verdade, essa é uma das questões que assola as grandes gravadoras desde o começo: a troca de arquivos acontece em ambientes privados, totalmente fora do controle dos criadores do conteúdo ou seus proprietários.

Mas mudar mais de uma década de conceitos poderia ser difícil. “Reduzir a demanda por produtos pirateados e falsificados é do que trata essa campanha – educar o público que roubo de propriedade intelectual é apenas isso – roubo, como furto ou roubar duma loja,” disse Anne Hawkins, presidente do Conselho Nacional de Prevenção ao Crime.

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