Joe Daly, do The Nervous Breakdown, recentemente conduziu uma entrevista com o ex-baixista do AC/DC Mark Evans sobre o novo livro de Mark, "Dirty Deeds: My Life Inside/Outside AC/DC". Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
The Nervous Breakdown: O seu novo livro "Dirty Deeds" foca no tempo que você passou no AC/DC mas cobre toda a sua vida. O que o levou a lançá-lo agora?
Mark Evans: Ao longo dos anos eu tenho sido abordado por editoras uma série de vezes para escrever algo assim, e obviamente seria uma coisa do AC/DC. Agora, com o que aconteceu comigo ao longo dos anos, pareceu o momento certo para sentar e fazer um balanço do que foi acontecendo. Eu precisava de mergulhar em alguma coisa e apenas me pareceu o momento certo para fazê-lo. Eu decidi sentar e escrever algumas histórias e ver o que acontece. Então o que eu fiz foi começar a escrever sobre alguns episódios da minha vida, coisas do AC/DC, e rapidamente se tornou evidente para mim que eu podia fazer isso - iria dar certo. Então eu mostrei para um escritor amigo meu chamado Peter FitzSimmons, que é um escritor muito respeitado aqui na Austrália e ele disse "Cara, você tem que fazer isso". Não que eu precisasse de alguém me aprovando, mas parecia ser a hora certa. Por outro lado ao longo dos anos muitas pessoas vinham até mim e falavam "Eu realmente gosto do material antigo do AC/DC. Como foi estar na banda? Como era o Bon?" Então para mim é uma maneira de retribuir todo o apoio que eu tive ao longo dos anos, porque os fãs do AC/DC e os fãs da minha música tem sido muito, muito legais como pessoas. Então é bom poder voltar e colocar as coisas na mesa após todo o apoio que eu tenho tido ao longo dos anos.
The Nervous Breakdown: Quando você se juntou ao AC/DC, parece que eles deixaram claro para você que eles estavam determinados a conquistar o mundo. Você acreditava que a banda seria capaz disso quando você se juntou a eles?
Mark Evans: Logo no início. Eu estava sendo deixado em casa por um dos roadies depois do meu primeiro ensaio com os caras, e ele basicamente disse: "Tem duas coisas que você tem que lembrar: Primeiro, essa é a banda do Malcolm (Young, guitarrista base) e segundo, nós estaremos no Reino Unido em 12 meses." E isso foi antes mesmo de fazer um show com a banda. Então foi colocado na mesa desde o início que a coisa estava avançando. Quando eu saí do carro após o roadie me dizer aquilo, ele poderia ter dito "Lembre-se que essa é a banda do Malcolm e nós vamos tocar na lua daqui a 12 meses". Mas não demorou muito para mim perceber, logo nas primeiras semanas, que aqueles caras estavam realmente falando sério, particularmente o Angus (Young, guitarra solo) e o Malcolm, eles pretendiam chegar ao topo. E você é infectado por isso. A visão do Angus e do Malcolm da banda, particularmente a visão do Malcolm, é que a banda é a banda, e que nós vamos fazer isso acontecer. O fracasso não era esperado, iria dar certo. E todos nós sabíamos que iríamos ter que trabalhar muito também, o que nós fizemos, mas não tem nada de errado com a ética de trabalho da banda. Foi incrível. Mas sim, se tornou claro para mim que a dominação do mundo era a única opção.
The Nervous Breakdown: Você tocou com Bon Scott. Como você o avalia entre os melhores frontmen do rock?
Mark Evans: Oh, o melhor. Ele é o medalhista de ouro, cara. Eu sou suspeito para falar, é claro, porque eu sabia como o Bon era. Eu conhecia o cara, sabe? Suas letras eram as melhores. Ele era um ótimo frontman. Quando ele estava no AC/DC, ele era muito mais o frontman. Eu acho que quando o Brian Johnson entrou na banda, ele ainda é o vocalista, mas eu acho que o Angus se focou mais como frontman, sabe? Quando era o Bon, o Bon era muito mais o frontman da banda. Angus era o seu coleguinha no palco - seu pequeno parceiro no crime. Eu acho que por causa de sua presença de palco e sua carisma, o Bon era muito mais o frontman. Mas como eu disse, eu sou suspeito porque eu conhecia o cara. Claro, ele poderia sair do controle e tal, mas o cara tinha maneiras impecáveis e tinha uma alma verdadeira. Eu acho, aliás eu não acho, eu sei que ele sentia uma responsabilidade muito grande e um dever para com a imagem de Bon Scott, que provavelmente o faria ir além de seu limite em determinadas ocasiões, sabe? Mas ele era um ótimo cara para trabalhar e tinha uma alma muito quente, e quando você olhava para ele, havia um "hard-rock'n'roller" mas no fundo havia também um hippie. Mas ele era um cara maravilhoso e eu sinto falta dele até hoje. Ele era um cara legal. E ele poderia ser durão se você o machucasse. Ele era um cara difícil. Ele tinha um coração sentimental, mas cara, se você fosse muito irritante, ele poderia até brigar. Ele poderia proteger a si mesmo e a um monte de pessoas ao seu redor.
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