Com grandes dificuldades técnicas, Angra faz o possível e participação de Tarja Turunen quase azeda no Rock In Rio.
De todos os que sofreram com a precariedade técnica (saiba mais aqui) do Palco Sunset, no Rock In Rio, o Angra talvez tenha sido o mais prejudicado. O grupo entrou no palco, no domingo (25/9), quando já existia uma grande multidão no entorno da área, que praticamente fechava a passagem do público de um lado a outro. Já na primeira música, “Angels Cry”, enquanto os músicos agitavam no palco, provavelmente porque o som de retorno devia estar funcionando, o público mal ouvia o que era tocado; do lado direito da platéia houve relatos que as caixas simplesmente não funcionavam. Sons estranhos também pareciam sair da bateria, cujo volume e equalização mudavam o tempo todo, como se alguém na mesa tentasse corrigir desesperadamente o problema.
Em “Nothing to Say” as coisas melhoraram, mas foi em “Lisbon” que um mar de mãos batendo palmas salientou a força e a quantidade de grandes sucessos que o Angra consolidou no heavy metal nacional. Só que a participação da convidada Tarja Turunen quase foi para o espaço. Na primeira música, “Spread Your Fire”, ela praticamente só cantou o refrão, mas em “Wuthering Heights”, de Kate Bush, gravada pelo Angra no álbum de estréia, uma falha no disparo de um teclado pré-gravado na mesa deixou a soprano sozinha no palco (o início era só com ela), em frente a uma platéia que logo iria hostilizá-la. “Ás vezes não é muito fácil”, disse Tarja, que por pouco não foi vaiada. Resolvido o problema, a versão foi executada com uma destreza ímpar, com Tarja cantando com grande carga dramática, duelando com um belo solo de Kiko Loureiro. Curioso ouvir o vocalista Edu Falaschi dizendo que não tocava essa música há 15 anos, sendo que a gravação é de Andre Matos.
O dueto Tarja/Edu funciona mesmo é em “Phantom of The Opera”, sucesso do Nightwish, também bastante comemorado pelo público. Edu lê as suas partes, o que não atrapalha em nada. É de novo o som, que apresenta altos e baixos na equalização, que quase coloca tudo a perder; por sorte não atingiu o microfone de Tarja, o que resultou num final exuberante. O Angra também teve com convidado o violinista Amom Lima em algumas músicas, com o show, que durou cerca de uma hora, sendo finalizado com a dobradinha “Carry On”/”Nova Era”. Foi tudo bem planejado, desde o repertório de hits até a escolha da música certa para a convidada. Só não contavam com a precariedade técnica do Palco Sunset. Uma pena.
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