quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Não se engane: o vinil ainda caminha para o cemitério



Por Paul Resnikoff, traduzido por Nacho Belgrande.

A versão simples da história é que a crescente demanda por discos de vinil irá resultar em mais capacidade para atender a tal demanda. Com certeza isso faz sentido a longo prazo, ainda que, neste exato momento, tal conclusão seja simplista demais.

Para começar, há muitas questões pendentes quanto à produção e expansão em torno da recente explosão do vinil, incluindo uma forte suspeita entre as fábricas de discos que isso seja apenas uma moda. E quando o assunto é capacidade, há um limite a se considerar. “O que muitas pessoas não entendem é que as vendas de vinil vão brecar antes de acelerar,” disse Nick Mango da Limited Pressing, especificamente parte de uma recente discussão em torno da adulação de Lyor Cohen pelo material. “Há somente um certo número de unidades de prensagem no planeta. Ninguém está fabricando novas prensas. Dentro de muito em breve, as fábricas irão atingir sua plena capacidade e o vinil se tornará progressivamente difícil de ser prensado.”

O problema cerca o apelo ainda restrito a nichos do vinil, e algumas estatísticas interpretativamente equivocadas de crescimento. Em termos de crescimento, as porcentagens parecem maiores porque o número base de LPs comprados ainda é relativamente baixo. Mas comparado ao montante total de compras de discos, tanto físicos como digitais, a porcentagem de vinil permanece muito pequena.

O que quer dizer que os volumes ainda não estão convencendo investidores ou fábricas a comprometerem capital em maior capacidade de prensagem. E isso poderia criar um problema de produção – e até aumento nos preços a curto prazo – num futuro próximo. “Uma vez que isso ocorrer, as vendas se estabilizarão, os preços para se prensar um disco são subir, e daí quem sabe as pessoas irão se arriscar e tentar pagar para terem novas prensas construídas,” continuou Mango.

Mas isso seria presumir que tudo isso seja mais do que uma moda – e quem está pronto para apostar dinheiro nisso? “Lyor pode estar certo, e isso é como os artistas querem que seus fãs ouçam a música, mas não quer dizer que as vendas subirão. Trata-se da capacidade da indústria de prensagem de vinil atingindo supersaturação num futuro próximo, e daí ou os proprietários terão confiança no futuro do vinil ou continuarão a pensar que é apenas uma moda, como eles pensam agora.”

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