KING: Voltamos com Jon Bon Jovi. Não é segredo nenhum que você é um democrata liberal, certo, com convicções públicas no campo das causas democráticas e assume o que fala? Al Gore é um amigo muito próximo seu.
BON JOVI: Sim, ele é.
KING: Como isso começou?
BON JOVI: Nos conhecemos durante a administração de Bill Clinton e daí quando a hora dele lançar-se candidato se aproximava, eu oferecei meus serviços e me tornei o cara que aparecia mais em público com ele. E eu sempre contei pra todo mundo que eu acho que ele é o homem mais inteligente que eu já conheci. E, você sabe, a maneira da qual a eleição se desenrolou, mas permanecemos muito chegados. Nós nos encontramos socialmente e eu fico boquiaberto na frente dele. E agora esse filme é apenas, você entende, mais prova do quão inteligente e atencioso ele é.
KING: O que o público não sabe sobre Al Gore?
BON JOVI: Que Al tem um enorme senso de humor e personalidade quando as luzes se apagam, quando os microfones estão desligados. Ele conversa muito bem. Ele se lembra do nome de todo mundo. E ele é muito astuto sobre vários assuntos. Ele pode falar de música ou de política e ele pode conversar sobre esportes e sobre a família e ele é simplesmente um grande ser humano.
E você sabe disso melhor do que ninguém, mas houve uma pesquisa e, eles disseram, “Bem, eu gostaria de tomar uma cerveja com esse candidato,” “Eu não quero tomar uma cerveja com esse candidato.”
Eu quero sentar e ficar de boca aberta com o meu candidato. Eu quero sentar lá e dizer, “Você é o cara mais inteligente que eu já encontrei e como é que eu posso servir meu país de maneira melhor e o que eu posso fazer pra que meu país se uma,” você entende, e…
KING: Você acha que artistas arrebatam votos para políticos?
BON JOVI: Não. E eu não tinha aspirações de ganhar votos pra político algum nem usei meu palco como palanque para pregar sobre política, porque você sabe, todo mundo contou aqueles momentos da eleição presidencial e disse a si próprio “E se eu tivesse feito algo, como teria feito?” Não funcionou. O país estava realmente dividido.
Nunca em minha vida eu tinha visto algo daquele jeito, muito vermelho ou muito azul. Eu me dei conta no dia seguinte que era nossa tarefa como cidadãos americanos tentarmos nos tornar roxos, porque tínhamos que seguir em frente.
E eu não ia nunca subir em meu palco e usá-lo como palanque para pregar minhas convicções políticas. Se eu estou no programa do Larry King ou estiver numa convenção, eu posso tomar partido. Eu sou um cidadão. Eu sou um pai. Eu sou um sujeito preocupado. Mas se você está me pagando para entreter você, eu vou cantar uma música e vou entreter você. E aí que o palanque é pra mim.
KING: Nós temos um e-mail de Yvonne [ph] em Baltimore. “Eu tenho sido sua fã por mais de 18 anos e minha pergunta é se você consideraria se candidatar a governador de Nova Jérsei? Eu acho que você ganharia.”
BON JOVI: Não tenho aspirações para isso. Eu acho que quando você se torna um candidato, 50 por cento da população não gosta de você e isso é muito difícil de assimilar. Eu me pergunto o que motiva alguém a entrar na política, para ser honesto com você. Então eu segui um caminho diferente e é o da filantropia, como alguém que quer fazer uma diferença numa comunidade através da inspiração de todos, Republicanos, Democratas, Independentes, eu não me importo. Eu quero dar uma olhada na minha vizinhança e ver o que nós podemos fazer um pelo outro aqui.
KING: Mas você consegue se ver saindo candidato?
BON JOVI: Não nessa altura da minha vida, mas se eu tivesse dito não pros filmes e não pra ser dono de um time de futebol americano e não pra ser – eu teria sido um mentiroso por muitas vezes. Eu não vejo isso. Eu não acho que eu sou tão estudado como você precisa ser pra mim e na companhia de homens como o Sr. Gore você não pensa em ser político.
KING: E quanto aos filmes?
BON JOVI: Eu curto fazer filmes. Eu sinto que eu poderia ter ido bem mais longe em minha carreira cinematográfica.
KING: E porque não foi?
BON JOVI: Eu tenho outro emprego. Simples assim.
KING: Quantos filmes você já fez?
BON JOVI: Uma dúzia em diversos graus de sucesso. Eu tenho estudado por um longo tempo já. E eu tenho algo acertado pra quando terminarmos essa turnê. Mas o que eu descobri sobre Hollywood, enquanto estávamos conversando nessa sala de Chroma Key verde, é que você nem voltou pro aeroporto ainda e você já foi esquecido por eles, você entende e você fica…
KING: Mesmo?
BON JOVI: É como eu me sinto. Não é o que você fez na sua carreira que conta, é o que você fez por mim recentemente, é o que você fez por mim hoje? E eu acho que essa é uma existência muito podre para se estar. É muito melhor pra mim ser um diretor, produtor e astro quando você faz um disco do que é ficar de pé naquela baita fila [INAUDÍVEL].
KING: Você gosta mais da indústria fonográfica e da de shows?
BON JOVI: De modo algum. Não, do mesmo jeito. Eu só queria ter mais controle sobre a maneira que nosso – meu ídolo e seu amigo Frank Sinatra tinha ou a maneira que eu tenho com a indústria da música. Você sabe, eu estou de pé na longa fila com a senha do teste esperando que todos os outros atores em Hollywood recusem o papel.
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