John Michael Osbourne, 62 anos, milionário, ex-vocalista do Black Sabbath, carreira solo consolidada e ainda sedento por um único desejo, que provavelmente vai carregar até o túmulo: enlouquecer o público.
Os shows que fez no Brasil só corroboram a afirmação acima. Um Ozzy soberano, mais uma vez, nos palcos brasileiros foi o que os sortudos presentes puderam comprovar. Apesar de um repertório monótono, sem novidades e relativamente curto em face ao que era apresentado no ano passado, as almas pagãs puderam delirar ao som de clássicos de sua antiga banda, passando por sua carreira solo.
Ozzy desembarcou no Brasil no dia 29 de março para iniciar o Teatro da Loucura no dia seguinte, em Porto Alegre. Esbanjando carisma e bom humor o Madman simplesmente destruiu o Gigantinho, que estava completamente lotado. Detalhe para a bandeira do Grêmio, em que Ozzy se enrolou, sem saber da rivalidade que estava estampada, principalmente pelo fato do ginásio pertencer ao Internacional. Apenas um detalhe para a grandiosidade do espetáculo.
Sua próxima parada foi em São Paulo. No dia primeiro de abril, Ozzy concedeu entrevista coletiva no hotel Tívoli Mofarrej, na capital paulista. Não, não foi mentira, nós também estávamos presentes na primeira fila, a menos de 2 metros de Ozzy. Com simpatia, bom humor e respostas engraçadas, o Madman conquistou o carinho de todos os jornalistas presentes. Foi uma coletiva interessante e com perguntas inteligentes, ao contrário do que havia acontecido em 2008, no Rio de Janeiro.
Dia 2 é a hora de São Paulo ver a apresentação na Arena Anhembi, com todos os ingressos vendidos e uma plateia de 35.000 pessoas. Um dia de sol e calor que ninguém imaginava que terminaria com uma tempestade ao cair da noite. Nesse dia tivemos a honra de conhecer o mestre pessoalmente, inclusive, entregando uma homenagem em nome de todos os fãs brasileiros.
Filas enormes se formavam aos arredores do sambódromo. Todos devidamente uniformizados, no clima para receber Ozzy. Antes, o Sepultura abriu a noite destilando clássicos em cerca de uma hora de apresentação.
Pontualmente Ozzy sobe ao palco e a multidão vai à loucura. A chuva parecia deixar todos ainda mais selvagens. Ozzy ficou contagiado pela multidão e mesmo tendo problemas com a voz,além de falhas no sistema de som, literalmente lavou a alma dos presentes.
Próximo destino do diário: Brasília, no dia 5. Mesmo script dos outros shows também no ginásio Nilson Nelson. Cerca de 8 mil pessoas presenciaram um Ozzy com voz afiada e animado. Banhos de espuma e baldadas de água não faltaram entre um solo e outro.
No dia 7 foi a vez do Rio de Janeiro rever o Madman após 3 anos. A apresentação no Citibank Hall foi memorável, cerca de 8 mil pessoas tomaram todas as dependências do local. Como nos shows anteriores, em diversos momentos da apresentação a plateia entoava o coro pedindo No More Tears, solenemente ignorado por Ozzy, que seguiu à risca o mesmo setlist de toda a turnê sulamericana.
O Madman encerrou magistralmente sua passagem pelo Brasil com um show em Belo Horizonte. Mais uma vez Ozzy se enrolou em uma bandeira de um clube de futebol. Desta vez jogaram uma do Atlético Mineiro, que foi prontamente apanhada por Ozzy.
Fim da louca e longa aparição de Ozzy pelos palcos brasileiros. Para nós restaram as boas lembranças que esses momentos únicos nos proporcionaram. Serviu também para provar que o senhor comedor de morcegos, no auge de seus 62 anos, ainda contraria a previsão de muitos críticos, e com 40 anos de estrada insiste em mostrar que até mesmo o sempre implacável tempo não é capaz de detê-lo. Não, mesmo!
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