Paul Whitington do Independent.ie entrevistou o baixista Duff McKagan (VELVET REVOLVER/ex-GUNS’N’ROSES) em outubro de 2009.
Independent.ie: “Axl Rose – a versão rockeira de Howard Hughes ou um gênio incompreendido?”
Duff: “Eu acho que quando você não fala com a mídia ela começa a enlouquecer com algumas coisas. Tinha uma matéria da (revista) Rolling Stone que o pintava meio como Howard Hughes e todo mundo começou a usa isso como referência ao escrever sobre Axl. Nada disso é verdade. Ele é só um cara preso a alguns acontecimentos.
Independent.ie: “Assim como o resto de vocês. Mas ele foi o único a virar escravo de um álbum por 15 anos.”
Duff: “Ele era o vocalista daquela banda. E aquela banda ficou maior do que qualquer um pudesse imaginar. E, como vocalista, você é o foco, certo ou errado. Você é. Nada pode te preparar para isso.”
Independent.ie: “Deve ter sido bem louco quando o GUNS’N’ROSES explodiu em 87.”
Duff: “Cara, a parte da fama...eu me lembro de ter entrado em um mercado e as pessoas ficaram malucas. Em um mercado! Eu ia lá o tempo todo. Você sabe, nada te prepara para isso. E as pessoas lidam com isso de maneiras diferentes. Você cria pequenos mecanismos de defesa. Não dá para ser um cara normal.”
Independent.ie: “Especialmente se você é o vocalista.”
Duff: “Especialmente sendo um vocalista com cabelo vermelho. As pessoas te reconhecem em todo lugar. Então você pode chamá-lo de recluso, ou apenas dizer que ele estava salvando a si mesmo.”
Independent.ie: “Entre as groupies, as drogas e a bebida, era incrível que vocês encontrassem tempo pra fazer música.”
Duff: “As coisas eram bem abertas. Nós estávamos transando e dividindo agulhas. Era uma coisa bem devassa. Mas não éramos apenas a gente, todo mundo fazia isso. Foi provavelmente a última corrida hedonista desenfreada.”
Independent.ie: “Depois de algum tempo esse estilo de vida fica cansativo?”
Duff: “A AIDS acabou com isso. Ninguém usava camisinha ou agulhas limpas. Acho que ninguém se cansou disso. Se não fosse pela AIDS tudo teria continuado.”
Independent.ie: “O Slash teve uma parada cardíaca e teve que ser ressucitado. Aconteceu alguma coisa parecida com você?”
Duff: “Diversas vezes. É um milagre o Slash ainda estar vivo. É um milagre eu estar vivo. Até o Axl – apesar dele ser o mais sossegado. Ele nunca foi tão fundo quanto o resto de nós.”
Independent.ie: “As bandas de ‘Hair Metal’ dos anos 80 foram bastante prejudicadas pelo NIRVANA e toda a coisa grunge. Sendo de Seattle, isso chegou a atingir você?
Duff: “Por um lado, não afetou a gente. Éramos uma banda imensa. Por outro lado eu pensava ‘Eu poderia ter ficado em Seattle e ter sido parte do SOUDNGARDEN ou do ALICE IN CHAINS’. Eu não precisava ter me mudado e virado um viciado. Você sempre quer o que você não tem. Eu era parte da maior banda do mundo e isso não é ruim.”
Independent.ie: “Olhando fotos do começo do GUNS’N’ROSES você encara os penteados e as roupas ridículas com carinho ou você fica envergonhado?”
Duff: “Nós éramos uma banda entre várias outras que tínhamos nossas emoções à flor da pele. Nós ditávamos a moda ao invés de segui-la. A gente não ligava. Quando eu vejo essas fotos, eu sorrio. Era uma época ótima.”
Esta é uma matéria antiga do site RockNews-NoticiasDoRock!
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