quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Shows: O Futuro, Pelo Menos pros Gringos Promete

Eu me vi conversando com alguns figurões do negócio de casas de shows essa semana, ficando pasmo com algumas das histórias deles sobre os negócios que mudam rapidamente, pela perspectiva deles. Houve um tempo em que esses caras estavam envolvidos em somente armar um show de rock à antiga, com pirotecnia e tudo mais. Você sabe, do tipo que você paga o preço do resgate de um rei por um ingresso tão longe do palco que você sente que está monitorando a coisa da Lua enquanto molha a você e aos outros ao seu redor com sua cerveja quente do seu copo vagabundo de plástico rachado

Bem, não mais. Começou quando o O2 em Londres iniciou suas atividades e meteu vergonha em todos os outros com suas experiências de ‘imersão’ – lojas, restaurantes, todo o lance de sushi-e-café. Desde então, todas as casas de shows tiveram que enfiar suas meias na boca, e no linguajar deles, ‘acrescentar valor’ a ‘experiência do show’;

Bem, bom. Em um negócio que durante toda a minha vida o cliente foi posto em qualquer lugar menos no primeiro, já passa da hora desses caras acordarem. Assim, chega de seguranças brutamontes com cara de cachorro ameaçando jogar você das cadeiras superiores por ousar ficar de pé e dançar; nada de ângulos de visão nojentos por detrás de uma coluna e cadeiras quebradas. E chega da desgraça da cerveja quente.

De fato, a coisa evoluiu tanto que agora você pode desfrutar de – outro jargão – ‘várias camadas de entretenimento a todo nível de custo’. Ou seja, fazer uma refeição em um restaurante suíço longe da gentalha, e então sentar em seu próprio camarote privado bebericando champanhe enquanto alguém com uma guitarra toca para seu prazer, assim como o de seus companheiros de negócios.

Mas hey, você sabia disso, certo? Mas você já sabia sobre cruzeiros de rock? Por que se incomodar em dirigir em uma noite fria até um elefante branco quando você pode pagar mais dinheiro e acabar em um cruzeiro com o Kiss [Miami a Nassau por menos de 1000 reais] ou com o ZZ Top [Flórida até as Bahamas por cerca de 3200 reais] ou o Best VH1 Cruiser Ever com o Train [Flórida ao México por menos de 1300 reais].

O que foi – parece caro? Sem drama. Por que não simplesmente comprar ingressos [o mais barato é em Londres, 40 reais] para o musical ‘Rock of Ages’? Atualmente em exibição nos EUA, Austrália e agora no Reino Unido, essa é a experiência de imersão no rock para bater todas as outras. Qual é, uma penca de mulheres lindas de meia-calça e shortinhos cantando ‘Don’t Stop Believing’, enquanto o ex-‘astro’ do [programa televisivo Britânico] X Factor, Shane Ward requebra com uma peruca loira, tem como não gostar?

Tem mais. Ouça a Justin Lee Collins – de peruca preta – assassinar ‘I Want To Know What Love Is’. Assista a vários homens de peito peludo fingirem que sabem o que é rock enquanto eles pulam feito Freddie Mercury fumado de crack. Que fã legítimo de rock não iria querer uma noite dessas?

Eu não estou nem brincando. Eu realmente preferiria ir e sentar em uma bela poltrona sabendo que meus lanches e bebidas do intervalo estarão esperando por mim enquanto eu bato o pé acompanhando Shane e Justin e todas aquelas garotas sexy [de longe] rebolarem do que sofrer outra noite em pé nos cafundós de um show ‘Gigantes do Rock’ aonde temos que agüentar – palavras duras – algo do novo disco, e então ter que esperar até o bis pra ouvir o que eu realmente vim pra ouvir.

Imerge-me, querida, enquanto eu pago a você pelo privilégio. Sério, faça isso.”

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