domingo, 18 de setembro de 2011

Korzus: entrevista com Marcello Pompeu no Portal do Inferno

O Korzus conseguiu se firmar como um dos maiores nomes do thrash metal brasileiro no cenário internacional. Ao lado de Sepultura, Torture Squad, entre tantos outros, a banda ganhou notoriedade e chamou a atenção dos fãs e mídia de todo o mundo. Não seria exagero dizer que 2011 talvez seja o grande ano do Korzus. A banda já emplacou uma turnê internacional, ganhou muito mais visibilidade no seu próprio País e será uma das atrações da quarta edição brasileira do Rock in Rio, no dia 25 de setembro.

Na semana passada, Marcello Pompeu e Heros Trench abriram as portas do seu estúdio Mr. Som, em São Paulo, para o Portal do Inferno. Pompeu falou sobre esse momento especial que o Korzus vive agora e tantos outros fatos que marcaram os últimos 28 anos de música.

Portal do Inferno: O Korzus tem 28 anos de carreira. Comente um pouco sobre essa trajetória e como você avalia a evolução do som da banda em todos esses anos? Qual é o “segredo” para sempre se renovar?

Marcello Pompeu: A evolução é explicada pela experiência que a gente adquire em 28 anos. Não dá para comparar os músicos que éramos em 1983 com o que somos hoje. A evolução é natural, se você não para de tocar, você vai aprendendo mais. E o “segredo” pro nosso som é a continuidade, perseverança. E o principal, não fugir das raízes e da música que a gente acredita, a satisfação de ouvir nossa música tem que vir primeiro de nós e, depois, dos outros.

Quando a gente começou a tocar, os primeiros sons eram uns punks muito mal feitos. Não penso que tivemos uma renovação, ou tentamos algo diferente, tocamos um thrash metal old school, estilo Bay Area, e focamos nisso. O segredo é tempo, mas a renovação é a experiência que ganhamos de um disco para o outro e seguimos defendendo o nosso estilo musical.

P.I.: No começo da carreira, os primeiros trabalhos foram gravados em português. Depois, no Pay for your Lies, além das músicas do Sonho Maníaco (em português), vieram as primeiras composições em inglês. E, a partir do Mass Illusion (1991), vocês passaram a gravar em inglês, basicamente. Como foi e por que aconteceu essa mudança nessa postura da banda?

Pompeu: Quando começamos, não tínhamos ideia de que poderíamos gravar em inglês. Nós ouvíamos os discos de bandas gringas, mas nunca passou pela nossa cabeça em fazer o mesmo. E a gente nem sabia falar inglês. Quando surgiu o Sepultura, eu até achei engraçado a banda brasileira gravando em inglês e, com o tempo e o resultado da carreira deles, surgiram outras bandas que seguiram o mesmo caminho. O mercado internacional estava aberto para bandas brasileiras e nós sentimos que poderíamos, também, tentar essa carreira fora do País. Se você for reparar na minha pronúncia no Pay for your Lies, é bem zoada, muito ruim, já no Mass Illusion melhorou um pouquinho. E eu me preocupo em melhorar o meu inglês um pouco mais a cada disco.

Não abandonamos definitivamente as composições em português. Todos os nossos discos têm uma música no nosso idioma, pelo menos, para manifestarmos nossas ideias claramente para o nosso público, que é brasileiro em sua maioria. Vamos manter sempre essa tradição na banda. E, nos shows que fizemos fora do Brasil, no começo do ano, colocamos Correria no setlist e foi um sucesso!

P.I.: O que o Discipline of Hate traz de diferente dos outros álbuns do Korzus?

Pompeu: É o amadurecimento do nosso trabalho e a continuação do Ties of Blood. Eu acredito que o Korzus chegou, musicalmente dizendo, num estágio de mostrar o que será para o resto da carreira. Conseguimos isso no Ties, e o Discipline é a evolução e nossos próximos discos seguirão esse caminho. Nossos fãs podem esperar isso da gente, tudo dentro desse estilo, com essa pegada, pauladas, músicas cadenciadas. Certas músicas com swing também. O Discipline tem um pouco mais de melodia na voz que, talvez, eu use um pouco mais ainda no próximo trabalho.

P.I.: Como estão os preparativos para o show do Rock in Rio? Vocês vão tocar com o The Punk Metal Allstars, que é formado por um time de peso - East Bay Ray (Dead Kennedys), na guitarra, Michael Graves (ex-Misfits, Marky Ramone's Blitzkrieg), na voz, Gary Holt (Exodus), na guitarra e Marcel "Schmier" Schirmer (Destruction), no baixo. Como será esse show?

Pompeu: Estamos ensaiando bastante. A galera pode esperar energia máxima, empolgação, empenho, credibilidade no rock. Teremos algumas surpresas, vai ser um grande show. Nós estamos nos dedicando e queremos fazer uma apresentação histórica para a banda. Este é, até o momento, o maior evento da nossa carreira e a gente quer passar uma mensagem superbacana. Queremos que as pessoas se divirtam, que esqueçam os seus problemas um pouco e, queremos decretar de vez que a bandeira do heavy metal, do rock, do punk está cada vez mais alta, não só no mundo, mas no Brasil, principalmente. Uma semana depois (30/9), vamos fazer esse show aqui em São Paulo também, no Blackmore Bar, e será um show maior, em questão de tempo. Pra galera de que, de repente, não poderá ir ao Rock in Rio, o Korzus vai dar esse presente.

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