A recente reedição dos álbuns que sua banda lançou pelo selo Apple - criado pelos Beatles - e a proximidade dos 40 anos da chegada de "Without You", sua canção mais célebre, ao número 1 mundial na voz de Harry Nilsson, servem para lembrar o legado deste músico esquecido.
Além disso, nos últimos dias foi possível vê-lo tocando violão ao lado de George Harrison nas imagens que lembravam as quatro décadas do primeiro megashow beneficente da história, organizado pelo guitarrista dos Beatles em Nova York em prol da população de Bangladesh.
Pete Ham deixou marcas de seu talento inquestionável antes de se enforcar na garagem de sua casa em 24 de abril de 1975, três dias antes de completar 28 anos.
Sua morte ocorreu em meio a disputas internas e problemas financeiros e legais da banda, que havia contratado um obscuro empresário, Stan Polley, ao qual Ham acusou diretamente em sua carta de despedida de ter levado o grupo à ruína.
Os momentos de glória do Badfinger foram efêmeros, mas houve quem no início dos anos 1970 se atrevesse a apontá-los como possíveis sucessores dos Beatles, grupo ao qual estiveram ligados desde o começo de sua carreira.
Foi Paul McCartney quem lhes proporcionou seu primeiro sucesso mundial, "Come and Get It", uma música que compôs para o grupo em 1970 e que foi incluída no seu primeiro álbum, "Magic Christian Music".
O empurrão de Paul pôs no mapa um grupo que contava com dois compositores talentosos, o próprio Ham e o baixista Tom Evans. Juntos escreveram "Without You", uma canção incluída no segundo álbum da banda, "No Dice", lançado no final de 1970.
Pouco depois, o cantor americano Harry Nilsson escutou a música em uma festa e pensou que era uma nova canção dos Beatles. Alguém o corrigiu e ele então decidiu gravar uma versão da balada para seu novo álbum.
A canção estourou, chegou ao número um, se transformou em um clássico e nas últimas décadas foi gravada por dezenas de artistas, entre os quais superstars como Mariah Carey.
O Badfinger continuava em estado de graça quando em 1971 lançou seu álbum mais celebrado, "Straight Up", que continha "Day After Day", uma canção de Ham que despertou a admiração de George Harrison. O disco incluía ainda "Baby Blue", outra faixa de Ham que mais tarde se tornou o último "Top 20" do grupo.
A partir daí as coisas se reverteram. O último álbum com a Apple, "Ass", sofreu atrasos em seu lançamento por conta de problemas na gravação.
Ham e seus companheiros mudaram para a Warner Bross com a ajuda de Stan Polley e o nível criativo diminuiu à medida que aumentavam as disputas entre os membros do grupo e entre estes e seu empresário.
O desespero levou Pete Ham a se suicidar quando faltava apenas um mês para o nascimento de sua filha. Sua morte passou praticamente despercebida entre o público.
Oito anos depois, Tom Evans seguiu o mesmo caminho e se enforcou no jardim de sua casa após uma forte discussão com outro membro da banda, o guitarrista Joey Molland.
Após anos de esquecimento, os álbuns do Badfinger com a Apple foram reeditados há alguns meses com som remasterizado e material extra que trazem de volta a brilhante contribuição que Ham e seus companheiros fizeram ao "Power pop".
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Pete Ham: do Badfinger, um dos casos mais tristes da "Maldição dos 27"
Amy Winehouse foi a última pessoa a se unir ao "Clube 27", um grupo de celebridades do rock mortas aos 27 anos do qual fazem parte lendas como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Brian Jones e Kurt Cobain, mas entre todos os membros foi o galês Pete Ham, fundador do Badfinger, quem teve a história mais triste.
O talento e a genialidade de William Pete Ham (caso único na música em todos os tempos) jamais permitirão que este artista extraordinário e sua Banda sejam esquecidos. Daqui há cinqüenta ou cem anos, quando muitos modismos musicais tiverem passado, o legado de Pete Ham continuará desfilando soberana e solitariamente pelos palcos da vida.
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