sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Jani Lane: o triste declínio de um ícone do Hard Rock


Por Steven Blush para a revista SPIN
Traduzido por Nacho Belgrande

O falecimento do ex-vocalista do WARRANT, Jani Lane no último dia 11 de Agosto parece apenas mais uma tragédia do rock. Lane, de 47 anos, foi encontrado sozinho – sem dinheiro nem documentos, cercado por bebida e pílulas – num hotel da rede Comfort Inn em Woodland Hills, Califórnia. A causa da morte ainda não foi determinada, e os resultados de um exame toxicológico ainda estão pendentes.

John Kennedy Oswald, nascido e criado em Akron, Ohio, tocava bateria sob o pseudônimo ‘Mitch Dynamite’ com a banda de seu irmão mais velho no circuito de bandas cover da cidade de Cleveland quando ele tinha 11 anos de idade. Ele se tornou um excelente quarterback de futebol americano no ensino médio, mas recusou bolsas de estudo por excelência atlética para tentar a sorte como astro do rock. Ele posteriormente entraria para a banda da Flórida Plain Jane como vocalista, e adotaria o nome ‘Jani Lane’. Junto com o baterista da Plain Jane [e futuro baterista do Warrant] Steven Sweet, ele se mudou pra Los Angeles e eventualmente enturmou-se com os garotos de Van Nuys que fariam o primeiro show do Warrant em 27 de Setembro de 1986.

A combinação que Lane tinha de aparência de astro teen, cabelo loiro liso, jeans apertados e vocais potentes fez com que o Warrant de imediato se tornasse um nome reconhecido na Sunset Strip, notórios por seus panfletos lúridos, especialmente aqueles de conteúdo mais lânguido. Os dois primeiros discos da banda – Dirty Rotten Filthy Stinking Rich de 1989 e o sucessor de 1990, Cherry Pie – propulsionaram baladas e hinos do hard rock [zelados pelo produtor do Ratt e do Winger, Beau Hill] que se tornaram sucessos na MTV, como ‘Heaven’, ‘Cherry Pie’, ‘Down Boys’, ‘Sometimes She Cries’, ‘Uncle Tom’s Cabin’, e ‘I Saw Red’.

Lane personificava o excesso de sexo, drogas e rock and roll da época – usando o dinheiro de seu contrato com a Columbia Records, ele comprou um carro e o destruiu em questão de semanas. Sua carreira ia muito bem até se apagar no começo dos anos 90, quando ele passou a culpar a ascensão do grunge e do rock alternativo por sua derrocada. Tal como os Beatles tornaram Pat Boone irrelevante, Kurt Cobain conferiu aos Jani Lanes do mundo um status de cafonice. Lance certa vez me disse depois de ver pôsteres do Alice In Chains serem erguidos nos escritórios da Columbia Records: “Oi Seattle, adeus, Warrant.”. A última década de Lane foi um desastre.

Ele saiu do Warrant em 1992, para voltar e sair de novo várias vezes. Inchado de bebida, ele conseguiu uma vaga na segunda temporada do programa Celebrity Fit Club no canal VH1. Então em 2004 ele abandonou a turnê Bad Boys of Metal em 2004 depois de ter um episódio de estrelismo no palco, insultando pessoas que ele afirmava terem ido ao show para rir dele.

Em 2010, ele foi condenado a 120 dias de prisão por dirigir embriagado, depois de afirmar que ele tinha ficado sóbrio por 20 anos. Dois discos solo e alguns papéis no cinema não ajudaram em muito.

Lane fechou muitas portas ao longo dos anos. Ao escrever essa matéria, houveram muitas recusas educadas para comentar sobre ele, e os costumeiros ‘em off’, tipo ‘Não cabe a mim falar de Lane vivo ou morto’ e ‘Eu não sou a pessoa mais indicada para dizer algo de bom sobre Jani Lane’. Outros foram tiveram mais tato e expressaram remorso genuíno por Lane e seus últimos e dolorosos anos.

·         ERIK TURNER [guitarrista do Warrant]: “Esse é um fim muito triste para o que começou como uma grande carreira com o Warrant, o que poderia ter sido, e deveria ter sido uma vida longa, preenchida com grande música e grandes shows.”

·         PAUL STANLEY [KISS]: “Jani era um excelente compositor e cantor que parecia ver seu sucesso como uma cruz a se carregar. Ele lutava contra um inimigo dentro dele, e ele perdeu. Um fim muito triste para uma vida tortuosa.”

·         BEAU HILL [produtor do Warrant]: Eu falei com Jani cinco dias antes dele morrer e ele realmente parecia bem. Jani era um cara tremendamente talentoso e eu sou muito grato por ter tido a oportunidade de trabalhar com ele e chamá-lo de meu amigo. Estou consternado por ele ter ido e espero de coração que ele descanse em paz.

·         EDDIE TRUNK [apresentador do canal VH1]: “Jani tinha acabado de gravar um episódio do meu programa três semanas antes. Foi um choque porque na gravação ele parecia sóbrio e de ótimo astral e ele falou sobre como ele tinha domado seus demônios. Infelizmente não era o caso. Jani é um ícone dos anos 80 e da era da MTV do Hard Rock e será duramente lembrado. Eu acho que ele era subestimado como cantor, compositor e performer.

·         FRANK WHITE [fotógrafo]: “Jani era ótimo de se trabalhar, muito amistoso e cordial; nada daquela idiotice de astro do rock. Quando eles tocavam em tipo, Wilkes-Barre [Pensilvânia] ou no Birch Hill [em Old Bridge, Nova Jérsei], Jani era como um Deus. Havia muitas groupies no local, mas nada de treta. Eu realmente me sinto mal por ele.

·         SHELLI SLOMAN [Amiga]: “Era patético que ele se sentisse tão mal por ele mesmo, e que ele tivesse ficado obcecado por sua música ter ficado tão fora de moda. Digo, ainda havia tantos de nós que o amavam. Eu me lembro da última vez que estive com ele no Roxy, com todos aqueles fãs e amigos, como ele voltou a ser o Jani que todos nós conhecíamos e amávamos. Você pode dizer o que quiser sobre os caras do hair metal, mas eles eram astros do rock. Foi uma época linda que nunca mais voltará.

·         LITA FORD: “Jani era um roqueiro original das ruas do sexo, drogas e rock and roll. E nós amamos cada minuto daquilo! Eu sugiro que nos lembremos dos bons tempos quando Jani mandava na MTV com sua doce torta de cereja! Meu coração vai para toda sua família, em especial seus filhos! Jani, você nunca será esquecido, nunca!

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