Vince Neil: “Odeio ‘Generation Swine’”

Vince Neil: “Odeio ‘Generation Swine’”

Author: Nacho Belgrande

O frontman do MÖTLEY CRÜE, VINCE NEIL falou recentemente com Aidin Vaziri do jornal estadunidense SAN FRANCISCO CHRONICLE, e fez uma análise disco a disco da carreira de 30 anos da banda. A tradução segue abaixo:


Too Fast For Love [1981]
“Eu entrei numas de cantar porque esse meu colega de ensino médio pediu pra que eu cantasse na banda dele. Eu perguntei a ele o porquê e ele disse que era porque eu tinha o cabelo mais comprido da escola. Eu pensei, cerveja grátis e garotas. Porque não? O disco custou três mil dólares pra ser gravado e o fizemos em três dias. Era apenas uma demo. O NEW YORK DOLLS era uma tremenda influência na música e na moda. Estávamos no fim dos anos 70, então gostávamos muito deles e do SWEET, aquelas bandas tipo largadonas, glam-rock.”


Shout At The Devil [1983]
“Foi aí que assinamos um contrato com uma gravadora. Conseguimos um produtor de verdade e um estúdio de verdade. Saímos em turnê com OZZY OSBOURNE. Era o começo da MTV. Tivemos apenas sorte de estar no lugar certo na hora certa. Uma vez que ficamos famosos, as coisas aconteceram muito rápido. As coisas simplesmente explodiram. Começamos a encabeçar turnês e daí pra frente.”



Theatre of Pain [1985]
“Tivemos dois grandes sucessos nele – ‘Smokin’ in the Boys Room’ e ‘Home Sweet Home’- mas o disco como um todo não era lá grande coisa. A maioria das bandas se separa e acaba depois disso. Mas ‘Home Sweet Home’ realmente definiu o Mötley Crüe. Foi o começo das power ballads. Eles tinham esses concursos na MTV onde as pessoas votavam em seus vídeos favoritos. Nós ganhamos, penso eu, por quase um ano. Eles finalmente tiveram que tirar o vídeo da relação e começaram a regra do Mötley Crüe, que estabelecia que nenhum vídeo poderia ficar na competição por mais de seis semanas ou algo do tipo.” 


Girls Girls Girls [1987]
“Aquele disco é um de meus favoritos. Era todo sobre garotas e motos. Eu diria que de certo modo, foi nosso primeiro disco maduro.”


Dr. Feelgood [1989]
“Fomos para Vancouver para sair de Los Angeles. Ficamos lá por oito meses porque naquela época você podia gastar muito tempo e dinheiro fazendo um disco. Todo mundo estava limpo. O Aerosmith estava no mesmo estúdio gravando “Pump” e eles estavam sóbrios. Foi legal passar um tempo com eles. As pessoas ficavam aparecendo o tempo todo. Eu tenho uma foto minha com Steven Tyler, Bryan Adams, Jack Blades do NIGHT RANGER, todos cantando juntos.”


Mötley Crüe [1994]
“Não estávamos nos dando bem. Eu não queria ficar mais na banda. Eles não me queriam. Eles gravaram com o John Corabi, que é um cara bem legal. Mas até hoje, eu não ouvi o disco. Eu estava ocupado fazendo o meu lance. Depois de dois meses que eu tinha deixado a banda, eu lancei “You’re Invited But Your Friend Can’t Come”, que saiu na trilha sonora de “O Homem da Califórnia”. Aquela música se saiu muito bem. Eu não fico puto por terem chamado o disco de Mötley Crüe , mas eu fiquei chocado. Eu não sei o que eles estavam pensando.”


Generation Swine [1997]
“Eu odeio aquele disco. Eu não queria gravar aquelas músicas. Eu não queria estar ali. Eu provavelmente saí da banda outras cinco vezes enquanto gravávamos aquilo. Foi um disco difícil de fazer, apenas os egos… estávamos gravando na casa de Nikki, e eu não tinha falado com os caras por um longo tempo. Mas o Mötley Crüe somos nós quatro. É isso. Ninguém é maior que o conjunto.”

New Tattoo [2000]

“Tommy saiu da banda e testamos alguns bateristas. Randy Castillo, da banda do Ozzy tocou conosco. Daí ele faleceu devido a um câncer. Daí contratamos Samantha Maloney do HOLE. Eu achei que era um lance legal ter uma mina baterista. Nós definitivamente nos aproximamos sem Tommy por perto. As coisas acabam dando certo. Eu devia ter saído quando saí e foi a hora certa dele sair e voltar. Você tem que lembrar que não é fácil estar com as mesmas pessoas por 30 anos – você só conhece seus pais e irmãos e irmãs por tanto tempo. Edu e Tommy nos conhecemos há mais tempo ainda. Fomos ao colegial juntos. São 35 anos. Nesse tempo, você vai ter discussões, brigas e diferenças.”

Saints of Los Angeles [2008]

“A imprensa acha que nós brigamos sempre. Estamos nos preparando para uma turnê grande. Acabamos de tocar na América do Sul. Mesmo quando o Mötley não sai em turnê, eu saio com minha banda solo. Eu acho que 2004 foi a última vez que eu não fiquei na estrada por mais de alguns meses. Eu apenas amo estar na estrada. Agora estamos mais próximos do que nunca. Todos os rolos nos tornaram uma banda melhor.”