quarta-feira, 8 de junho de 2011
Mötley Crüe: Palco novo impressiona; Bateria de Lee é ligada a montanha-russa com loop
Nenhuma outra banda de rock – e estamos excluindo o U2 da categoria ‘rock’ – no planeta, predecessora ou sucessora, se disporia a cair na estrada com um show dessas proporções.
Aproveitando-se da estrutura de publicidade, distribuição e venda de ingressos da LIVE NATION [empresa que os mantém sob contrato até 2018], a banda pôde concentrar-se em exacerbar sua criatividade e elevar o conceito pelo qual se tornou conhecida na segunda metade dos anos 80 a patamares nunca antes vistos num palco.
Enquanto a já mencionada agremiação de Bono Vox carrega uma estrutura de design abstrato que impressiona pelo tamanho, esse mesmo elefante branco só pode ser montado em locais enormes, como estádios de futebol e com ingressos a preços proibitivos. Ainda assim, a experiência ao vivo fornecida pelo grupo de Dublin pouco muda em relação ao público. São telões cada vez maiores, basicamente. A tecnologia não se agrega à atitude da banda – o que DEFINITIVAMENTE não é o caso do MÖTLEY CRÜE.
Se você, assim como toda a equipe do LOKAOS, é um fã da banda e esteve presente ao show realizado no dia 17 de maio passado do Credicard Hall, vai sentir um pouco de frustração ao saber que pelo mesmo preço que pagou para vê-los totalmente despidos da produção que geralmente caracteriza um show de Nikki Sixx et al. [pirotecnia, telões, titty cam], fãs estadunidenses puderam ver, além das duas bandas de abertura, TUDO que fez do Crüe a banda de rock mais ultrajante dos últimos trinta anos. O design do novo palco, concebido pelo colaborador de longa data da banda, Robert Long, traz um padrão uniforme de cor damasco, além das costumeiras cortinas. As imagens nos telões [um ao fundo do palco e dois nas laterais] remetem ao tema das canções executadas [tal como ocorre desde a volta da banda aos palcos em 2005 e pôde ser visto no já lendário show de Buenos Aires em 2008] e tem, claro, o sonho de adolescência de TOMMY LEE, como ele mesmo expressou na autobiografia da banda, The Dirt: Confessions of the World’s Most Notorious Rock Band: uma bateria trigada a uma montanha-russa.
Originalmente, a epifania de Tommy consistia em trilhos que deslocassem seu kit por cima da plateia, o que obviamente encareceria muito a brincadeira, e foi aí que Long sugeriu que aliassem um antigo e insistente pedido dos fãs [repetir a bateria giratória da turnê de GIRLS GIRLS GIRLS, cuja estrutura de metal já havia sido derretida para outros fins] ao desafio de fazê-lo solar como se estivesse no Six Flags. E ontem à noite, no estado de George W. Bush, o ritmista grego pôde enfim, dar vazão a seus delírios: ao som de ’Love Roller Coaster’, hit da discotheque do THE OHIO PLAYERS, Tommy solou enquanto sua bateria fazia loops de 360 graus para os lados, diferente de 1988, quando o vetor ia para frente e para trás, como pode ser conferido no clipe de ‘Wild Side’. O frame da montanha-russa em si lembra muito o portal da série televisiva Stargate, e é, nem preciso dizer, o ponto alto do show [VÍDEO AO FIM DA MATÉRIA].
Antes que eu me esqueça: em cada show no território estadunidense, um fã é escolhido para sentar-se junto a Tommy durante o loop final…
No mais, seu típico show do Mötley Crüe: Mick Mars se equilibrando no palco, Vince cantando apenas 60% das letras, Nikki fazendo caras e bocas, etc.
Confira o set list de ontem:
1. Wild Side
2. Saints of Los Angeles VÍDEO
3. Live Wire VÍDEO
4. Shout At the Devil VÍDEO
5. Same Ol’ Situation [S.O.S.] VÍDEO
6. Primal Scream VÍDEO
7. Home Sweet Home VÍDEO
8. Don’t Go Away Mad [Just Go Away]
9. Solo Tommy Lee VÍDEO
10. Looks That Kill
11. Dr. Feelgood
12. Too Young to Fall in Love
13. Too Fast For Love
14. Girls Girls Girls
15. Smokin’ In The Boys Room
16. Kickstart My Heart
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